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Menino de 7 anos lança livro em Brasília e dá dicas de português na internet

1 de outubro de 2018

Apaixonado por livros, o brasiliense Ryan Maia aprendeu a ler aos 4 anos. Hoje, aos 7, o menino já tem um livro lançado, está escrevendo o segundo volume e, recentemente, criou um canal na internet para dar dicas de português e de matemática para crianças e adultos.

“O objetivo é ajudar quem tem dificuldades”, diz ele, sorrindo. A facilidade com as palavras, a criatividade e o amor pela escrita chamam a atenção em Ryan.

“Com quatro anos percebi que me encaixava com a leitura. Foi aí que tive a ideia de escrever um livro para ajudar minha mãe e, principalmente, para ajudar pessoas com deficiência.”

O próprio menino conta que desde pequeno, com 2 ou 3 anos, já falava muito. As frases eram longas e “tudo certinho”, diz ele. Segundo Ryan, isso foi assustando os pais, que logo perceberam o interesse da criança pelos livros e as letras.

Em menos de um ano, as frases bem formadas da criança de conhecimentos precoces começaram a ser transferidas para o papel. Foi aí que Ryan diz ter descoberto o “poder transformador da escrita e da leitura”.

Altas habilidades

No início de 2018, com 6 anos, Ryan foi diagnosticado com “superdotação e altas habilidades”. O laudo é da Secretaria de Educação do Distrito Federal e só foi emitido após seis meses de avaliação psicopedagógica.

Para o pai, Márcio Maia, o desempenho do menino é motivo de alegria, mas tem sido acompanhado “com os pés no chão”. Ele descreve Ryan como uma criança que tem um tipo de brincadeira diferente: ler, escrever, inventar histórias”.

“Ryan é considerado uma criança especial. Segundo os psicólogos é uma situação muito perigosa, mas estamos sempre acompanhando e seguindo as orientações.”

Ryan Maia, 7 anos, abraça os livros prediletos; entre eles, o de sua autoria, ‘uma heroína e uma herói’ — Foto: Marília Marques/G1

O desafio, diz o pai, é fazer com que o menino aprenda a lidar com as altas habilidades que possui e, ao mesmo tempo, aproveite a infância. Ryan, que sabe do diagnóstico, parece entender.

“É bem divertido ter altas habilidades, mas não gosto de me gabar. Se tem um colega que não sabe, eu ensino ele.”

Como gosta de livros, ele vem sendo chamado para participar de rodas de leitura em escolas. Já a facilidade que tem em falar se transformou em pequenas apresentações – para outras crianças e até para adultos.

Ryan já foi chamado para falar sobre inclusão social, corrupção, política e também sobre a importância dos estudos.

Vitória do bem contra o mal

O livro escrito por Ryan, “Uma heroína e um herói”, foi lançado em maio. A versão ilustrada tem 28 páginas e conta a vitória do bem sobre o mal.

A inspiração veio dos personagens de filmes e desenhos que ele admira. Mas, para criar a narrativa, Ryan preferiu inventar os próprios super-heróis.

O homem-tomada, a menina-ema e o homem-televisão foram inspirados na vivência do garoto, que também pesquisa o magnetismo e a eletricidade.

A publicação foi toda custeada pelos pais e os exemplares são vendidos na internet. Cada livro custa R$ 25 e parte da renda será doada para uma instituição social.

Teoria dos três anéis

Para a psicóloga Rachel Marinho, que acompanha Ryan, o menino apresenta as três características do modelo dos três anéis, que atesta a superdotação. “Ryan é uma criança muito criativa, tem fluência de palavras e vocabulário acima da média esperada para idade dele”.

A especialista explica que o estímulo que o menino recebe é adequado para a idade dele, que tem que ser “mais do que crianças ditas normais”. A psicóloga diz que orienta aos pais de crianças com altas habilidades para que procurem saber as áreas de interesse dos filhos.

“Favoreça instrumentos que saciem a curiosidade deles.”

Rachel explica que as crianças com superdotação não devem ser sobrecarregarregadas com muitas atividades. Além disso, é fundamental que os pais sempre escutem o que eles dizem.

“Que tenham momentos de interação com outras crianças, lembrando sempre que eles também são crianças antes de mais nada”, afirma.

Fonte: G1

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