A colheita de uva deste ano deve permitir que as vinícolas do Rio Grande do Sul consigam refazer o que chamam de “estoques regulatórios” e cheguem à transição para a próxima safra sem maiores sobressaltos.
Depois da “safra das safras” de 2020 – que teve qualidade excepcional, mas volume inferior ao de anos anteriores – e do crescimento do consumo de vinho durante a pandemia da Covid-19, a disponibilidade de bebidas derivadas de uva caiu e chegou a se tornar preocupação dos produtores no final do ano passado e início deste.
Dados e prognósticos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que a colheita da uva (incluídas variedades para consumo in natura) foi de 735 mil toneladas em 2020 e deve chegar a 875 mil toneladas em 2021. No ano passado, a estiagem fez com que, ao mesmo tempo, houvesse perda de volume e aumento da qualidade dos cachos que ficaram nos parreirais.
O caso das seis associadas à Fecovinho (Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul) resume o que o setor viveu. As cooperativas transformam toda a produção que recebem em sucos, vinhos finos e espumantes. O processamento do ano passado foi de 115 mil toneladas de uva, quando normalmente seria de 140 mil, e o previsto para este ano é de 203 mil.
Graças ao volume da colheita atual, que tem boa qualidade, esses estoques devem ser recompostos durante 2020, bem como o estoque de passagem entre o final deste ano e a vinificação da safra do ano que vem.