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A vacina contra a dengue pode ser produzida no Brasil neste ano; os testes em humanos já começaram

6 de janeiro de 2019

Uma vacina que protege contra os quatro subtipos do vírus da dengue pode começar a ser produzida até dezembro de 2019 no Brasil. O Instituto Butantan, em São Paulo, fechou uma parceria com a farmacêutica norte-americana MSD para viabilizar o desenvolvimento mais rápido do insumo.

O acordo foi possível porque os estudos feitos pelo Butantan para a produção do imunizante estão mais avançados que no laboratório estrangeiro. “Aqui já estamos na fase três de desenvolvimento ento clínico, na qual ela (a vacina) é testada em humanos”, afirmou Dimas Tadeu Covas, diretor do Instituto.

A parceria prevê o aporte de até R$ 101 milhões ao laboratório paulista, que serão liberados na medida em que os testes forem avançado. “O MSD licenciou direitos do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos junto do Instituto Butantan. Por isso, estamos financiando os estudos no Brasil e os dois institutos vão nivelar o desenvolvimento da vacina”, disse Mike Nally, diretor do setor de imunizações do laboratório norte-americano.

Acesso

Após a conclusão da fase três de teste clínico, o próximo passo será conseguir o registro da vacina tetravalente na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Isso não quer dizer que ela já esteja disponível para toda a população, pois ainda tem o processo de autorização e compra do governo e isso não se garante de forma rápida”, comentou Covas.

Segundo o diretor, quando o imunizante estiver pronto, a MDS poderá comercializar com o restante do mundo, enquanto o Butantã comercializará com o Brasil. “A taxa de imunização será acima de 80% para pessoas de todas as idades que tenham contraído dengue ou não. O retorno pode ser de até R$ 1,5 bilhão para o Butantan”, afirmou.

A dengue

A dengue é uma doença febril aguda causada por um vírus, sendo um dos principais problemas de saúde pública no mundo. É transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que se desenvolve em áreas tropicais e subtropicais. Atualmente, a vacina é a melhor forma de prevenção da dengue. Segundo o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado em janeiro de 2018, foram registrados menos casos prováveis de dengue em 2017, 252.054 casos contra 1.483.623 em 2016.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que entre 50 a 100 milhões de pessoas se infectem anualmente com a dengue em mais de 100 países de todos os continentes, exceto a Europa. Cerca de 550 mil doentes necessitam de hospitalização e 20 mil morrem em consequência da dengue.

Existem quatro tipos de dengue, de acordo com os quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. Quando uma pessoa tem dengue tem uma imunidade relativa contra outro sorotipo.

É uma doença potencialmente grave, porque pode evoluir para a dengue hemorrágica a síndrome do choque da dengue, caracterizadas por sangramento e queda de pressão arterial, o que eleva o risco de morte. A melhor maneira de combater esse mal é atuando de forma preventiva, impedindo a reprodução do mosquito.

Aedes Aegypti

Acredita-se que o mosquito Aedes aegypti chegou ao Brasil pelos navios negreiros, uma vez que as primeiras aparições do mosquito se deram no continente africano. No início do século XX, o médico Oswaldo Cruz implantou um programa de combate ao mosquito, visando reduzir os casos de febre amarela. Essa medida chegou a eliminar a dengue no país durante a década de 1950. Segundo o Ministério da Saúde a primeira ocorrência do vírus no país, comprovada laboratorialmente, ocorreu em 1981-1982 em Boa Vista (PR).

Fonte: O Sul

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