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Abdominal que evita lesão na lombar chama atenção no Brasil

27 de outubro de 2022

Inspirado na técnica de yoga conhecida como Uddiyana, os abdominais hipopressivos se popularizaram nas redes sociais por meio de vídeos de contração do abdômen. Mas foi com a promessa de redução de medidas em poucas semanas que os posts viralizam. O método cresce cada vez mais e ganha adeptos, no entanto fisioterapeutas e educadores físicos alertam para a complexidade da técnica, que vai além de simplesmente encolher a barriga.

Baseada nas técnicas hipopressivas, o low pressure fitness (LPF) marca o início da popularidade do método, já conhecido na Europa, no Brasil. Até agora a escola internacional estima que já tenha certificado cerca de 7.000 profissionais na área. A embaixadora da LPF e educadora física Carol Lemes conta que um dos diferenciais da técnica é o trabalho do diafragma.

“Os hipopressivos trabalham de uma forma geral o diafragma, que é muitas vezes negligenciado pelos profissionais e praticantes de atividade física. Além de ser um músculo postural, ele é o principal músculo respiratório”, explica.

A educadora física Gabriela Bahia diz que o sucesso dos hipopressivos não é restrito às redes sociais. Fundadora de uma plataforma de treinos que tem mais de 30 mil alunos, a Crew, ela conta a receptividade e o empenho dos alunos com o método.

“Os meus alunos aprovaram muito e são de longe os exercícios que eles mais pedem para fazer. Vou lançar uma próxima sequência de exercícios no carnaval do ano que vem”, conta Bahia.

Entre os principais motivos para o apelo popular estão os resultados visíveis em pouco tempo. Isso porque as mudanças no corpo, especialmente a redução das medidas, é consequência do desinchaço na região. A redução acontece porque a ativação do diafragma estimula o sistema linfático.

“Com algumas semanas de prática, a gente já consegue ver resultados relacionados à redução de medidas, principalmente do inchaço abdominal que a metodologia promove. Isso acontece porque, ao trabalhar o diafragma, estimulamos o ducto torácico, responsável pela drenagem da cavidade abdominal e de membros inferiores”, explica Lemes.

Uma das vantagens do método é trabalhar músculos mais internos do abdômen. Em abdominais convencionais esses locais profundos não são alçados, pois eles ativam apenas músculos superficiais. A dona da Crew conta que costuma unir os dois exercícios, de forma complementar.

“Quando você faz um abdominal convencional sem saber como ativa a musculatura mais interna da barriga, que é o transverso do abdômen, provavelmente não vai ter resultado e pode acabar machucando a lombar. Quando a gente faz o hipopressivo conseguimos ativar e fortalecer essa musculatura mais interna do abdômen. Essa ativação permite que você faça um bom abdominal e um bom treino de superiores”, explica a educadora física.

Benefícios para saúde

Apesar de todo o sucesso em função dos resultados estéticos, a técnica é capaz de trazer diferentes benefícios para a saúde. Segundo Lemes, é comum que após os primeiros treinos, os alunos, principalmente aqueles com constipação, relatem melhora no funcionamento do intestino. Mulheres no pós parto, que sofreram diástase, encontram na técnica uma solução para o afastamento dos músculos reto abdominais.

Um estudo publicado no Jornal Internacional de Pesquisa Ambiental e Saúde Pública ressaltou o papel benéfico da técnica hipopressiva na melhora dos parâmetros de controle postural e ativação do transverso abdominal.

A fisioterapeuta Cristiane Melo atua há 20 anos em consultórios e vê esse benefício. Atualmente, ela estima que usa a técnica em cerca de 80% de suas pacientes, seja para fins estéticos, seja para melhora da saúde.

“Às vezes a pessoa acha que tem barriga, mas ela tem uma má postura. Por isso que o método tem até um resultado rápido se comparado a outras terapias, porque ele alinha o corpo, favorece as musculaturas internas para pôr o abdômen para dentro, é um conjunto de fatores.”

Todos os especialistas alertam que mesmo com todos os benefícios é necessário ter cuidado ao fazer o exercício. O principal deles é buscar um profissional habilitado. Apesar da quantidade de vídeos na internet, a técnica envolve respiração e posturas, por isso se realizada da maneira errada pode trazer problemas. Além disso, mesmo sendo considerado um método democrático, existem restrições – pessoas hipertensas e grávidas não devem fazer.

“O método hipopressivo é 70% as posturas que a gente ensina e 30% o vacum abdominal, então não é simplesmente ensinar a colocar a barriga para dentro como muita gente acha que é”, diz a fisioterapeuta.

Fonte: O Sul

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