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Carros novos vendidos no Brasil terão mais itens de segurança a partir do ano que vem

3 de julho de 2019

Os carros novos vendidos no País passarão a ter mais itens de segurança: já a partir de 2020, todos os lançamentos deverão passar por testes de colisão lateral e receber controles de tração e de estabilidade. Outros equipamentos serão adotados até 2030. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

As obrigações fazem parte de um pacote definido pelo Denatran (Departamento Nacional de Trânsito). As montadoras já atendem a algumas das futuras exigências em seus veículos mais caros, mas falta aumentar o nível de proteção dos populares.

Eric Carneiro, vice-presidente da empresa de tecnologia automotiva Aptiv, diz que a regulamentação possibilita a produção nacional de itens de segurança, já que haverá ganho de escala e consequente redução dos custos.

O executivo explica que esses equipamentos estreiam nos carros premium e depois vão sendo estendidos a veículos mais em conta.

Os airbags frontais, que desde 2014 são obrigatórios em todos os automóveis novos vendidos no Brasil, chegaram ao País em 1990: eram opcionais em modelos Mercedes e BMW, que custavam mais de US$ 100 mil na época.

Para serem aprovados em testes de colisão mais rigorosos, os veículos deverão ser equipados com as bolsas infláveis laterais. A partir de 2021, luzes de direção diurna passam a ser exigidas em todos os lançamentos, que terão também sinal de frenagem de emergência. Esse sistema faz as setas piscarem quando o motorista pisa forte no freio.

As mudanças foram incluídas no programa de incentivo Rota 2030, que reduz a tributação para montadores que atinjam metas de segurança e eficiência energética.

Apesar dos benefícios, a queda nas vendas entre 2014 e 2016 e os investimentos necessários para modernizar os veículos reduziram a rentabilidade no setor.

“O importante é ter regras claras, os investimentos para produzir no país são enormes”, diz Ricardo Gondo, presidente da Renault no Brasil.

A montadora de origem francesa foi a primeira a instalar airbags laterais em um carro popular. O equipamento é item de série no Kwid, que custa a partir de R$ 33.290. Porém, modelos bem mais caros da marca, como o utilitário Duster (R$ 68 mil), ainda não trazem esse item.

Gondo afirma que os próximos automóveis da Renault terão novidades que aumentarão a proteção aos ocupantes. A empresa prepara as atualizações dos compactos Sandero e Logan, que chegam às lojas no segundo semestre.

Devido aos custos e ao momento ainda difícil do mercado brasileiro, a adoção de itens de segurança precisa ser mesmo gradual, segundo Ricardo Jacomassi, diretor da empresa de consultoria TCP Latam.

“O setor automotivo vem se adequando, e as tecnologias já existem, mas o que traz receio é o custo adicional na montagem do carro, que pode impactar nos preços”, diz Jacomassi. Ele acredita que uma eventual melhora da economia abra espaço para acelerar a evolução dos automóveis.

Além do que já foi definido, o Denatran estuda incluir sistema de frenagem autônoma entre as exigências futuras. São sensores capazes de detectar veículos e pedestres à frente e acionar os freios para evitar a batida caso o motorista não esboce reação.

Esse equipamento está presente em alguns carros de luxo e utilitários à venda no Brasil. O modelo de menor preço a trazer o item no País é o Citroën C4 Cactus Shine Pack, que custa R$ 100 mil.

A Anfavea (associação das montadoras instaladas no País) tem feito estudos de viabilidade para adoção das novas tecnologias, mas cobra também outros avanços.

“Essas exigências são necessárias para reduzir o número de acidentes fatais no trânsito, mas serão insuficientes se não forem acompanhadas de melhorias na pavimentação das rodovias, na sinalização e no treinamento dos condutores”, diz Henry Joseph Jr, diretor técnico da entidade.

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