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Cruz Alta registra caso de leishmaniose canina

3 de outubro de 2018

Foi registrado o primeiro caso de leishmaniose canina na cidade de Cruz Alta e em virtude da gravidade e do estado avançado da doença, o cachorro precisou ser sacrificado. A doença é transmitida pelo mosquito “palha”, é uma doença infecciosa, mas não contagiosa. O cachorro não é o responsável pela doença, mas sim o mosquito, que tem o parasita, e deposita no animal ao picá-lo.

Geralmente os animais e até pessoas acometidas pela doença residem em áreas próximas a matas nativas. Não foi divulgado em que local de Cruz Alta o que cão contaminado foi encontrado. É necessário cuidado pois há risco de contágio em humanos e a doença, se não tratada em seu estágio inicial é letal. A doença acomete cães e gatos domésticos e também mamíferos silvestres.

O QUE É A LEISHMANIOSE

A leishmaniose é uma doença infecciosa, porém não contagiosa, causada por parasitas do gênero Leishmania. Os parasitas vivem e se multiplicam no interior das células que fazem parte do sistema de defesa do indivíduo, chamadas macrófagos. A leishmaniose é considerada uma “antropoonoze”, ou seja, doença que acomete animais silvestres e eventualmente o homem. É uma doença de evolução longa, podendo durar alguns meses ou até ultrapassar o período de um ano.

Leishmaniose tegumentar ou cutânea

A leishmaniose tegumentar caracteriza-se por feridas na pele que se localizam com maior frequência nas partes descobertas do corpo. Tardiamente, podem surgir feridas nas mucosas do nariz, da boca e da garganta. Essa forma de leishmaniose é conhecida como “ferida brava”.

Ela pode ser causada por três espécies diferentes do microorganismo: Leishmania amazonensis e Leishmania guyanensis na região amazônica, e Leishmania braziliensis, distribuído por todas as regiões do País.

Este último parasita causa a leishmaniose monocutânea, que se manifesta de forma muito parecida com a tegumentar. “A diferença é que, ao mesmo tempo ou meses depois, surgem lesões nas mucosas da nasofaringe que destroem a cartilagem do nariz e do palato, provocando deformações graves”, aponta Damous.

Leishmaniose visceral ou calazar

A leishmaniose visceral é uma doença sistêmica, pois, acomete vários órgãos internos, principalmente o fígado, o baço e a medula óssea. Esse tipo de leishmaniose acomete essencialmente crianças de até dez anos, após esta idade se torna menos frequente.

Ela é causada pelo protozário Leishmania chagasi e seus principais sintomas são:

  • Emagrecimento
  • Febre baixa
  • Aumento do baço e fígado.

Causas

Transmissão

A leishmaniose é transmitida por insetos hematófagos (que se alimentam de sangue) conhecidos como flebótomos ou flebotomíneos. Os flebótomos medem de 2 a 3 milímetros de comprimento e devido ao seu pequeno tamanho são capazes de atravessar as malhas dos mosquiteiros e telas. Apresentam cor amarelada ou acinzentada e suas asas permanecem abertas quando estão em repouso. Seus nomes variam de acordo com a localidade, os mais comuns são:

  • Mosquito palha
  • Tatuquira
  • Birigüi
  • Cangalinha
  • Asa branca
  • Asa dura
  • Palhinha.
Getty Images

O mosquito palha ou asa branca é mais encontrado em lugares úmidos, escuros, onde existem muitas plantas.

As fontes de infecção das leishmanioses são, principalmente, os animais silvestres e os insetos flebotomíneos que abrigam o parasita em seu tubo digestivo, porém, o hospedeiro também pode ser o cão doméstico.

Na leishmaniose cutânea os animais silvestres que atuam como reservatórios são os roedores silvestres, tamanduás e preguiças. Na leishmaniose visceral a principal fonte de infecção é a raposa do campo.

Leishmaniose tem cura?

Se tratada adequadamente, a leishmaniose pode sim ter cura. Inclusive, a leishmaniose cutânea pode até se curar espontaneamente, ressalta Damous.

A situação, no entanto, é mais complicada em alguns casos em que existe depressão do sistema imune permanentemente, como indivíduos infectados pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) ou transplantados e pacientes com doenças crônicas em que necessitam utilizar medicação que compromete a imunidade.

Vale lembrar também que ainda pensando na leishmaniose cutânea, as feridas podem voltar em até seis meses, mesmo com tratamento adequado.

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