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Meio milhão de venezuelanos já atravessaram a fronteira e chegaram ao Equador este ano

26 de agosto de 2018

Depois de convocar uma cúpula regional na noite de terça-feira (21) para discutir o agravamento do êxodo de venezuelanos para países vizinhos, o governo do Equador pediu à Venezuela que apresente uma solução para o problema. O chanceler José Valencia fez o pouco usual pedido ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, na quarta-feira (22). Meio milhão de venezuelanos já atravessaram a fronteira e chegaram ao Equador este ano.

Segundo o chefe da diplomacia equatoriana, “ainda que o Equador não pretenda ditar uma solução à Venezuela”, é “urgente que as autoridades venezuelanas resolvam a situação de imediato para o bem de seu país em primeiro lugar”, e também levando em consideração “os efeitos que essa situação pode provocar em outras nações”.

Valencia acrescentou que o governo de Lenín Moreno “incentivará qualquer tipo de entendimento que leve a uma situação de estabilidade na Venezuela e que também repercuta na questão da imigração”.

A massiva chegada de venezuelanos levou o governo do Equador a declarar, em 8 de agosto, estado de emergência migratória, e o país passou a pedir que os imigrantes apresentem seus passaportes na fronteira — para cidadãos de membros da Comunidade Andina, até então, bastava a apresentação de um documento de identidade para a entrada nos países do grupo.

Seguindo os passos de Quito, o Peru também exigirá a partir deste sábado (25) a apresentação do passaporte, documento de difícil emissão na Venezuela, devido à escassez de papel. Meio milhão de venezuelanos já atravessaram a fronteira equatoriana este ano, de acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas). Segundo a Acnur (agência para refugiados das Nações Unidas), a maioria deles busca chegar ao Peru, ao Chile ou à Argentina, ainda que parte da travessia de milhares de quilômetros tenha de ser feita a pé. O ministro Valencia informou que, no momento, estão vivendo no Equador cerca de 200 mil venezuelanos, dos quais 90 mil têm o visto de residência.

O Ministério das Relações Exteriores equatoriano disse que convidaria Argentina, Brasil, Bolívia, Colômbia, Costa Rica, Chile, México, Peru, Panamá, República Dominicana, Uruguai e Venezuela para a reunião em Quito, nos dias 17 e 18 de setembro. A reunião terá a participação do Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, e da OIM (Organização Internacional para as Migrações).

Corredor humanitário

O governo do Equador anunciou a criação de um corredor humanitário ao longo de seu território para que os venezuelanos que entrem no país sejam levados de ônibus até a fronteira com o Peru, segundo informou o diário El Comercio. A travessia, que se estende por 800 quilômetros e normalmente é feita à pé pelos imigrantes, contará com apoio policial.

De acordo com o ministro do Interior equatoriano, Mauro Toscanini, haverá “sete pontos de controle policial ao longo do corredor humanitário”. “São 35 ônibus neste momento no corredor humanitário e vamos continuar até onde for possível”, acrescentou Toscanini nesta sexta-feira (24) em Macas (Sudeste).

O chanceler José Valencia afirmou que seu país está “frustrado” com a Venezuela pela falta de vontade política para solucionar a crise migratória. “Cremos que uma saída negociada é indispensável para a crise venezuelana. É desumano permitir que milhares de pessoas saiam do país como fruto de uma crise política, econômica e social”, afirmou.

Fonte: O Sul

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