Na madrugada desta quinta-feira (09), o Senado argentino rejeitou o projeto para legalizar o aborto, com 38 votos contra a iniciativa, 31 a favor e duas abstenções – informou a presidente da Câmara, Gabriela Michetti. Para avançar, era necessário que a maioria simples, 37 dos 72 senadores, tivesse aprovado o projeto.
Com a rejeição da proposta, a legislação do país segue como está: o aborto é crime e pode ser punido com até quatro anos de prisão. As exceções são gravidez decorrente de estupro, ou quando a mãe corra risco de morte. Agora, o projeto só poderá ser reapresentado para apreciação dos legisladores argentinos daqui um ano.
Se tivesse sido aprovada, a Argentina se tornaria o terceiro país da América Latina a permitir a interrupção voluntária da gravidez, depois de Cuba e Uruguai. O aborto também é legal na Cidade do México e é permitido na maior parte dos países latino – incluindo o Brasil – em caso de risco para a vida da mulher, quando é resultado de um estupro ou quando há inviabilidade da vida extrauterina. Por outro lado, é totalmente proibido em El Salvador, Honduras e Nicarágua.
A praça em frente ao Congresso argentino ficou ocupada por milhares de pessoas durante toda a quarta-feira (08). Os manifestantes estavam divididos – entre defensores da proposta, que usavam lenços verdes, e os que estavam com lenços azuis, contrários.