Na sessão ordinária de segunda-feira (9), a moção de repúdio protocolada pelo vereador Adalberto de Oliveira Noronha (PT) e demais signatários, repudia o projeto de lei nº 6.299/02, a PL dos Agrotóxicos, que foi aprovado na Comissão Especial da Câmara dos Deputados e que segue para apreciação do Plenário da Casa.
De acordo com a moção, a redação do projeto, além de substituir a palavra “agrotóxico” por “pesticida”, concentra poderes no Ministério da Agricultura para aprovação de novos produtos e prevê a adoção de uma tabela de grau de risco para novas substâncias no Brasil. “Com essa liberação as pessoas vão ficar mais doentes. Tem países proibindo e o Brasil liberando, mas sabemos que existe o interesse econômico por trás disso. E no mesmo tempo que querem liberar os agrotóxicos estão querendo proibir os produtos orgânicos”, destacou Noronha na tribuna.
Os vereadores Marildo Kronbauer (PDT), Darci Pretto (PDT) e Junior Piaia (PCdoB) também fizeram uso do seu espaço para defender a moção. Os progressistas, Jorge Amaral de Oliveira e Andrei Cossetin, se posicionaram contrário e trouxeram dados desmitificando os malefícios dos agrotóxicos.
De acordo com o vereador Jorge Amaral, a população precisa de alimentos e a produção destes precisa ser acelerada, pois a produção de orgânicos não é suficiente. “Não estamos fornecendo veneno para as pessoas, e sim, precisamos oferecer alimentos para que as pessoas não morram de fome”, argumentou.
Na tribuna, Andrei Cossetin leu uma notícia que refere-se ao uso de agrotóxico no Japão. “Campeão em longevidade, Japão usa oito vezes mais agroquímicos do que o Brasil. Na proporção do uso de agroquímicos pela quantidade de terras cultivadas, Brasil fica atrás de países como Japão, Alemanha, França, Itália e Reino Unido”, relatou Cossetin justificando a sua opinião contrária ao conteúdo da moção. “Não dá para falar que os agrotóxicos são a maior causa de problemas de saúde e que é o principal vilão”, complementou.
Em resposta, Darci Pretto, disse estar indignado com a posição dos seus colegas vereadores. “Como é difícil travar debates como este, onde até os profissionais da saúde, que deveriam estar preocupados são que incentivam o uso do agrotóxico e defende a livre comercialização e o envenenamento desenfreada da nossa população”, disse.