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Acordar uma hora mais cedo pode reduzir o risco de depressão em 23%

13 de junho de 2021

Se você é daquelas pessoas que não têm hora para dormir – ou que, com trabalho e estudos online, a um clique de distância, desencanou de acordar cedo –, talvez seja bom revisar sua rotina de sono. Um novo estudo descobriu que levantar da cama apenas uma hora antes que o habitual pode reduzir o risco de depressão em 23%.

A pesquisa, realizada por cientistas da Universidade do Colorado em Boulder e do Instituto Broad, de Harvard e do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachussets), conseguiu sólidas evidências de que o cronotipo influencia no risco de depressão. Ela também está entre as primeiras pesquisas a quantificar as mudanças necessárias nos horários de dormir e despertar para trazer melhorias à saúde mental.

Cronotipo é o que se costuma chamar de “relógio biológico” – a sincronização dos nossos ritmos circadianos. É que o nosso cérebro produz alguns hormônios essenciais para o funcionamento do corpo dependendo da exposição à luz solar, como a melatonina, responsável por induzir o sono. É por isso que algumas pessoas são mais dispostas de dia e outras à noite: elas têm cronotipos diferentes.

Estudos anteriores já mostraram que quem demora a ir para (e sair da) cama tem duas vezes mais chance de sofrer de depressão do que aqueles que despertam no comecinho do dia, independentemente das horas dormidas. “Já sabemos há algum tempo que existe uma relação entre os horários de sono e o humor, mas uma pergunta que ouvimos com frequência é: o quanto mais cedo precisamos dormir e acordar para notar, de fato, um benefício?”, disse Celine Vetter, uma das autoras da nova pesquisa.

Pesquisa

Para terem uma noção mais clara de tudo isso, os cientistas fizeram um estudo genético com 840 mil pessoas, recorrendo a dados da 23 and Me, empresa de testes da DNA, e ao banco de dados biomédico UK Biobank.

“Nossa genética é definida desde o nascimento, então algumas predisposições que interferem em outros tipos de pesquisa epidemiológica tendem a não afetá-los”, afirmou em comunicado Iyas Daghlas, principal autor do estudo, sobre as vantagens de se usar estudos genéticos em casos como esse.

Atualmente, a genética consegue explicar de 12% a 42% do cronotipo de uma pessoa, e sabe-se que existem mais de 340 variantes genéticas capazes de influenciá-lo.

Os cientistas, então avaliaram os dados dos 840 mil indivíduos com foco nessas variantes. Destes, 85 mil pessoas usaram rastreadores de sono por uma semana, e 250 mil preencheram formulários referentes a padrões de sono. Ao combinar essas informações, o objetivo era entender como a genética influencia em nossos horários de dormir e despertar.

Com essas informações em mãos, os pesquisadores recorreram a um outro conjunto de amostras, que incluía informações genéticas, registros médicos e de prescrição anônimos referentes ao transtorno depressivo. Depois, eles usaram técnicas estatísticas para comparar as duas bases de dados.

Resultados 

Segundo a pesquisa, pessoas com predisposições genéticas para acordar mais cedo têm menor risco de sofrer com a depressão. Além disso, quanto mais cedo se deita para dormir, menor o risco de apresentar a doença. Eles estimaram que, se uma pessoa for dormir uma hora mais cedo que o habitual, há 23% menos risco de depressão; se antecipar o sono em duas horas, a redução pode chegar a 40%.

Mas é claro: ainda é cedo para determinar definitivamente que ir para a cama cedo reduz o risco de depressão. Mas o estudo deu um passo nessa direção. “Acredito que a pesquisa mudou o peso das evidências para apoiar um efeito de causa dos horários de sono em relação à doença”, disse Daghlas.

Por enquanto, ainda não está claro o que pode explicar esse efeito, mas algumas pesquisas sugerem que acordar mais cedo faz com que a pessoa obtenha maior exposição à luz solar, o que influenciaria positivamente o humor. Outra causa possível é que os matutinos estão de acordo com os horários estabelecidos socialmente, enquanto a galera “da noite” pode se sentir em constante desalinhamento com o resto das pessoas.

Fonte: O Sul

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