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Cientistas chineses perfuram gelo no Tibete e encontram 28 vírus desconhecidos que estavam congelados há 15 mil anos

25 de janeiro de 2020

Cientistas chineses e americanos descobriram 28 grupos de vírus desconhecidos, que estavam congelados há 15 mil anos. A pesquisa recolheu amostras do gelo glacial mais antigo da Terra, que fica em Guliya, no noroeste do Tibete, na China.

Segundo os cientistas, com a crise climática, que traz o derretimento dos gelos glaciais, há possibilidade de novos agentes patogênicos serem liberados, o que poderia trazer riscos para os seres humanos.

Vírus em geleiras

Segundo o artigo publicado na revista científica “Biorxiv”, o gelo das geleiras abriga diversos micro-organismos que trazem um arquivo genético importante para ser analisado. Entre estes materiais estão os vírus. Até hoje, poucos estudos conseguiram analisar os materiais genéticos encontrados, porque os núcleos dos vírus, normalmente, estão prejudicados pelas baixas temperaturas.

O trabalho, divulgado no início de janeiro, traz possibilidades metodológicas para que possam surgir novos estudos sobre organismos que ficam arquivados no centro das geleiras. A metodologia, basicamente, consegue limpar a superfície do gelo – retirando micro-organismos e vírus recentes – para acessar o interior e identificar o arquivo viral das geleiras.

Os cientistas destacam que o trabalho se torna importante por permitir o acesso a essa “virosfera” arquivada nas geleiras.

Vírus podem acordar após anos 'dormindo' — Foto: Divulgação

Vírus podem acordar após milênios ‘dormindo’ — Foto: Divulgação

Para realizar a coleta do material os cientistas perfuraram 50 metros no gelo e utilizaram técnicas de microbiologia para identificar estes organismos nas amostras. As análises foram feitas em uma sala com temperatura de -5ºC. Após o contato com o material, os cientistas foram submetidos a um protocolo de descontaminação.

Os dados coletados, segundo o artigo, preenchem uma lacuna de informações sobre vírus arquivados nas geleiras e possibilita entender os impactos dos vírus em seus hospedeiros microbianos quando eles estavam ativos. Graças a esses “arquivos congelados”, outros estudos poderão permitir que os cientistas entendam a evolução e as interações microbianas e virais. O material também pode contribuir para o estabelecimento de mudanças climáticas passadas nesses ambientes.

Fonte: G1

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