Cientistas descobrem cura para variação mais mortal da tuberculose - NoroesteOnline.comNoroesteOnline.com ">

Cientistas descobrem cura para variação mais mortal da tuberculose

16 de agosto de 2019

Quando se juntou a um programa de testes de um novo remédio para tuberculose, Tsholofelo Msimango estava à beira da morte e pesava apenas 25 quilos. Infectada com um tipo mortal da doença, ela estava apavorada. Enfermeiras locais disseram que o hospital de Joanesburgo para onde ela seria transferida era muito distante — e estava infestado por macacos.

“Chorei por todo o caminho na ambulância”, lembrou ela. “Eles disseram que eu ia viver com macacos, que as pessoas e a comida de lá não eram boas e que não havia maneira de eu retornar. Disseram aos meus pais para procurar o seguro porque eu ia morrer.”

Cinco anos depois, Msimango está livre da tuberculose. A mulher de vinte e cinco anos está saudável, pesa 46 quilos e tem um filho pequeno. O programa de teste do qual ela fez parte era pequeno — contou apenas com 109 pacientes — mas especialistas estão chamando os primeiros resultados obtidos por eles de históricos. O remédio usado na sul-africana mostrou um percentual de 90% de sucesso contra uma doença que se demonstrava muito resistente a outras drogas.

Na quarta-feira (14), o Food and Drug Adminstratio, órgão governamental americano que regula as substâncias, aprovou oficialmente o mais novo remédio testado no programa de testes. Costumeiramente, a OMS (Organização Mundial de Saúde) adota as aprovações da agência, o que significa que o tratamento pode estar disponível em breve em todo o mundo.

A tuberculose superou a AIDS como a doença infecciosa que mais mata no mundo, e a variante XDR é a mais mortal de todas. Ela é resistente a todas as quatro famílias de antibióticos tipicamente usadas para combater a doença.

Apenas uma pequena fração das 10 milhões de pessoas infectadas anualmente por tuberculose pega o tipo XDR. No entanto, poucos sobrevivem para contar a história.

Existem cerca de 30 mil casos em mais de cem países. Especialistas acreditam que três quartos desses pacientes morrem antes mesmo de receberem um diagnósticos. Entre os que recebem, a taxa de cura é apenas 34%.

Normalmente, um paciente que luta contra a tuberculose na África do Sul toma até 40 comprimidos por dia. Em outros países, o tratamento costuma incluir injeções diárias de antibióticos que podem ter efeitos colaterais devastadores, como surdez, falência nos rins e psicose.

Mas o tratamento-teste ao qual Msimango foi submetida, apelidado de Nix-TB, precisa de apenas cinco comprimidos por dia em seis meses. As pílulas contém apenas três substâncias: bedaquilina, pretomanida e linezolida. Especialistas estimam que, no futuro, todo o tratamento será feito com apenas uma pílula, assim como acontece com o coquetel de HIV.

Professor emérito da faculdade de Medicina de Yale, o dr. Gerald Friedland, um dos responsáveis por descobrir a XDR-TB, considera que a Nix pode revolucionar o tratamento da doença.

“Se funcionar tão bem como parece, nós devemos adotá-la agora.”

Fonte: O Sul

EAD Unijuí 2023 | Conectando Futuros

2 de março de 2023
Copyrights 2018 ® - Todos os direitos reservados