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Cientistas desenvolveram micróbio transgênico que come plástico jogado no mar

28 de maio de 2019

O plástico representa quase 70% de todo o lixo marinho, colocando em risco inúmeras espécies aquáticas. Mas há um pouquinho de esperança — bem pequeno, na verdade: cientistas descobriram que micróbios marinhos microscópicos estão corroendo o plástico , fazendo com que o lixo se decomponha lentamente.

Para conduzir o estudo, os pesquisadores coletaram plástico desgastado de duas praias diferentes em Chania, na Grécia. As peças eram de polietileno, o plástico mais popular e o encontrado em produtos como sacolas de compras e frascos de xampu, ou poliestireno, o plásticorígido encontrado em embalagens de alimentos e eletrônicos. O trabalho reuniu sete cientistas da Grécia, da Suíça, da China, da Itália e dos Emirados Árabes.

Os restos de plástico já tinham sido expostos ao sol e passado por mudanças químicas que fizeram com que se tornassem quebradiços. Tudo isso precisa acontecer antes que os micróbios comecem a “mastigar”.

A equipe usou duas amostras micróbios : parte deles eram naturais, que já são encontrados nos oceanos; a outra parte eram projetados em laboratório, foram aprimorados com partes de micróbios comedores de carbono. Esse segundo tipo pode sobreviver se alimentando apenas do carbono presente nos pedaços de plástico . Os cientistas então analisaram as mudanças nos materiais ao longo de um período de 5 meses.

Ambos os tipos de plástico perderam uma quantidade significativa de peso depois de serem expostos tanto aos micróbios naturais quanto aos projetados. Os micróbios fizeram com que o peso do polietileno diminuísse em 7% e o peso do poliestireno diminuísse em 11%.

Essas descobertas podem oferecer uma nova estratégia para ajudar a combater a poluição dos oceanos: implantar micróbios marinhos para devorar o lixo . No entanto, os pesquisadores ainda precisam medir a eficácia desses micróbios em escala global.

Plástico em ilhas remotas

As Ilhas de Cocos, no Oceano índico, podem não ter muitos habitantes, mas a poluição já está presente nesse território quase intocado pela humanidade. As praias estão repletas com cerca de 414 milhões de resíduos de plástico, que pesam cerca de 238 toneladas — incluindo quase 1 milhão de sapatos e 373 mil escovas de dentes. Todo esse lixo se acumulou durante os últimos anos e chegou às ilhas por conta do movimento dos oceanos.

Publicado na revista Nature, o estudo concluiu que o volume de lixo observado no local aponta para um crescimento exponencial da poluição plástica no oceano. “A poluição plástica é agora onipresente em nossos oceanos, e as ilhas remotas são o lugar ideal para obter uma visão objetiva do volume de detritos plásticos que agora circulam pelo globo”, afirma a autora do estudo, Jennifer Lavers, em um comunicado.

Segundo Lavers, a estimativa de 414 milhões de itens plásticos pode ser ainda maior, já que não foi possível acessar algumas praias que também estão cheias de lixo.

Aproximadamente 25% de todos os plásticos pesquisados ​​eram itens de uso único. “Ao contrário da Ilha de Henderson, onde a maioria dos detritos identificáveis ​​era relacionada à pesca, o plástico em Cocos era em grande parte de produtos de uso único, como tampas e canudos, bem como um grande número de sapatos e chinelos”, afirma Lavers.

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