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Devido à pandemia, Dia da Criança requer maior valorização do vínculo afetivo

11 de outubro de 2020

Em 2020, o 12 de outubro, Dia da Criança, será comemorado de forma diferente devido ao distanciamento social imposto pela pandemia da Covid-19. O impacto emocional e comportamental sentido por grande parte das crianças neste longo período de confinamento pode ser reduzido nesta data.

A enfermeira Fernanda Barreto Mielke, especialista da coordenação de Saúde Mental da SES (Secretaria Estadual da Saúde), orienta as famílias a comemorarem o Dia da Criança com atividades que levem em conta aspectos mais subjetivos e sentimentais em âmbito familiar.

“Nesse momento difícil, sugerimos que as famílias e suas crianças possam ressignificar essa data, valorizando o afeto e o vínculo de forma mais intensa”, afirma.

“Os adultos podem perguntar à criança sobre o que ela deseja fazer nesse dia, como sessão de cinema em casa, com tudo que se tem direito, ou um almoço em família com o cardápio preferido da criança.” Essas são algumas ideias que a especialista coloca numa perspectiva de valorizar o estar junto, o estar em família.

Ela cita um trecho da cartilha “Crianças na Pandemia Covid-19”, publicada pela Fiocruz, que informa sobre os impactos resultantes do distanciamento social em crianças:

“São frequentes as reações emocionais e alterações comportamentais, como dificuldades de concentração, irritabilidade, medo, inquietação, tédio, sensação de solidão, alterações no padrão do sono e da alimentação. Essas manifestações são esperadas diante do cenário atual, mas isso não quer dizer que seja fácil lidar com elas. Por isso é importante que as famílias possam buscar apoio para lidar com as situações de maior estresse na interação familiar.”

Fernanda diz que uma das formas de buscar esse apoio é o teleatendimento e, nesse sentido, o Rio Grande do Sul conta com uma rede virtual de profissionais que tem o objetivo de apoiar práticas de cuidados em saúde, o Revira Saúde. “É um espaço virtual de atendimento, gratuito, com profissionais atuando voluntariamente no atendimento às demandas relacionadas à pandemia, neste momento específico. Neste espaço, é ofertado um momento de escuta para pais e familiares, bem como para crianças e adolescentes”, explica.

A especialista lembra que no início da pandemia de Covid-19, os serviços da área de saúde mental que são destinados a crianças e adolescentes pelo SUS (Sistema Único de Saúde) no Rio Grande do Sul passaram a realizar seus atendimentos de forma remota. Com a recente estabilidade epidemiológica da circulação do coronavírus, as atividades puderam ser retomadas. Primeiro foram disponibilizados apenas atendimentos presenciais individuais e, posteriormente, os atendimentos em grupos, com número reduzido de participantes. Também voltaram a ser realizados os atendimentos às famílias, seguindo todos os protocolos recomendados.

O Estado possui 31 Caps-IJ (Centros de Atenção Psicossocial Infanto Juvenil) que atendem pacientes encaminhados pelas escolas, centros de assistência social, serviços de saúde e, inclusive, pelo Poder Judiciário. Também podem ser acessados diretamente pelos usuários como demanda espontânea. Além dos atendimentos individual e grupal, os Caps-IJ também ofereciam, antes da pandemia, oficinas terapêuticas, acompanhamento terapêutico, atendimento da família e visitas a espaços de lazer, cultura e esportes da cidade. Em municípios que não possuem Caps-IJ, o atendimento é realizado nas Unidades Básicas de Saúde.

Dicas que podem auxiliar durante a pandemia

– Organizar em conjunto com a criança uma nova rotina de estar em casa, mas que contemple elementos da rotina anterior à pandemia. Importante que tenha momentos destinados ao estudo bem como ao trabalho dos pais, momentos de organização da casa em que todos tenham sua contribuição, compartilhar os horários de refeição (que muitas vezes não eram possíveis antes da pandemia), momentos de interação entre pais e filhos (brincadeiras, jogos, assistir um filme, outros);

– Definir tempo de uso das telas (TV, celular, computador, outros) de modo mais flexível, fazendo uso das mesmas para manter os laços afetivos (chamadas de vídeo com os avôs, tios, amigos, colegas de aula, outros). É importante a participação dos pais para verificar o conteúdo dos vídeos e jogos acessados pela criança e adolescente, para que os mesmos tenham o aspecto lúdico/da diversão, permeados pelos aspectos educativos e pedagógicos;

– Conversar com a criança e o adolescente sobre a situação atual. É importante considerar a idade da criança para explicar de uma forma compreensível. Há muitos materiais disponíveis que podem auxiliar nessa conversa, especialmente com crianças menores ou com deficiências, trazendo de forma lúdica o conteúdo sobre o vírus e o momento atual.

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