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Eduardo Leite pode ser candidato a presidente em 2022

16 de fevereiro de 2020

Depois de aprovar um pacote de ajuste fiscal inédito, o governador gaúcho entra no jogo para a próxima disputa presidencial.

No mês de fevereiro, quatro anos atrás, o então deputado federal Jair Bolsonaro marcava 7% das intenções de voto em seu melhor desempenho nas pesquisas eleitorais, que apresentavam Aécio Neves (PSDB), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Marina Silva (Rede) na liderança. Dois anos e meio depois, Lula estava preso, Aécio havia trocado o Senado pela Câmara por medo de não ser eleito (e acabar como o petista) e Marina contabilizava apenas 1% no resultado final — Bolsonaro fora eleito presidente da República com 57 milhões de votos.

A memória ajuda a ilustrar quanto a realidade muda na política em pouco tempo e de maneira radical. Por outro lado, traçar os cenários do que poderá acontecer em 2022 é fundamental para as negociações políticas que contribuem para esse desfecho — ou seja, as expectativas, de certa forma, ajudam a definir os caminhos que se seguirão.

Neste momento, por mais paradoxal que possa parecer, quanto maiores as chances de Bolsonaro se fortalecer para uma possível reeleição, maior a probabilidade de que o candidato de centro em 2022 seja alguém que não tenha tanto a perder. Nesse cenário, entra no jogo o nome do atual governador do Rio Grande do Sul, o gaúcho Eduardo Leite, do PSDB.

Os dois principais contendedores nesse campo até então, o governador de São Paulo, o também tucano João Doria, e o apresentador de TV, empresário e empreendedor social Luciano Huck, têm menos certezas do que dúvidas neste momento. Aliados do governador paulista afirmam que, se a eleição fosse no mês que vem, com Bolsonaro e o PT fortes em polos opostos, ele não tentaria uma candidatura presidencial e buscaria a reeleição ao Palácio dos Bandeirantes, o maior ativo do tucanato depois da histórica derrota de 2018.

Huck, em artigo no início deste mês intitulado “Mais formaturas, menos funerais”, apresentou uma plataforma vaga contra os males da desigualdade, a começar por uma reforma em que os milionários, como se definiu, paguem mais impostos. No final, defendeu a entrada de sua geração na política e atestou: “Sigo torcendo e empolgado com o país”.

Enquanto isso, Leite, um governador de primeiro mandato cuja experiência anterior eram a vereança e a prefeitura da gaúcha Pelotas, uma cidade de 340 mil habitantes, começou a se movimentar. O primeiro sinal de alerta entre os tucanos surgiu de uma entrevista do presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, em que colocava Leite ao lado de Doria como uma das possíveis alternativas para a Presidência em 2022.

GOVERNO DO RS

Desde que assumiu o governo, Leite retomou uma tradição que havia sido quebrada pelo governador Germano Rigotto (MDB), no começo dos anos 2000. Mudou-se de mala, cuia e chimarrão para o Piratini, onde ocupa uma suíte. Aos fins de semana, é comum vê-lo por ali com visitas — em geral os pais e os irmãos, Gabriel, delegado da Polícia Federal, e Ricardo, auditor fiscal do Ministério da Agricultura. Ou então Paula Mascarenhas, sua sucessora à frente da prefeitura de Pelotas. A mudança coincidiu com a compra — segundo Leite, com dinheiro do próprio bolso — de equipamentos de ginástica, como pesos e halteres, instalados num espaço anexo a seu quarto. Por ali, três vezes por semana, pela manhã, faz exercícios com um personal trainer para aliviar as dores de uma hérnia de disco, resultado de má postura. Raramente sai, a não ser para agendas públicas. A rotina só é quebrada em visitas a amigos de Pelotas que moram na capital gaúcha ou idas a ensaios de grupos de samba, onde costuma se arriscar no pandeiro.

Apesar da aprovação das reformas, Leite ainda tem um difícil caminho à frente do governo gaúcho. Os funcionários do Executivo recebem os salários com atrasos há nada menos do que cinco anos. Na campanha, ele prometeu resolver o problema no primeiro ano. Sentado na cadeira de governador, o discurso passou a contemplar o óbvio: a falta de dinheiro. A oposição, contrária à venda de parte das ações do banco estatal Banrisul, que traria R$ 2,3 bilhões aos cofres públicos, travou a operação, o que piorou as contas do governo — até agora não há uma projeção para o fim dos parcelamentos.

Fonte: O SUL

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