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Emater/RS-Ascar reforça assistência em manejo animal em período de calor intenso na região de Santa Rosa

6 de fevereiro de 2023

Atentos aos efeitos do calor intenso e da estiagem que afeta o Noroeste gaúcho, extensionistas da Emater/RS-Ascar reforçam ações de orientação em relação ao manejo animal, junto às famílias rurais assistidas, na região de Santa Rosa. O momento requer atenção especial ao rebanho leiteiro e de corte, assim como à ovinocultura e à avicultura.

Somente na área de bovinocultura de leite, foram assistidos pela Emater/RS-Ascar 2.824 produtores ao longo de 2022, nos 45 municípios da região administrativa de Santa Rosa, em áreas como criação de terneiras e novilhas para incorporar genética no rebanho, gerenciamento da atividade, implantação e manejo de forrageiras no sistema à base de pasto em pastoreio rotacionado, irrigação de pastagens, manejo sanitário do rebanho e melhoria da qualidade do leite, dentro das Instruções Normativas (IN’s) 76 e 77. “Com a atenção continuada que os produtores têm dispensado nestas áreas, diminuiu-se os impactos na produtividade, mesmo no período de estiagem. Houve redução, mas menor do que em anos anteriores.

A atenção deve continuar para gerar bem-estar aos animais e maior produtividade”, orienta o extensionista do Escritório Regional da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, Jorge João Lunardi, ao lembrar que as ações têm dado resultado, sendo que, mesmo com a estiagem, a redução na produção em janeiro de 2023 é de 1%, se comparada à média histórica dos últimos cinco anos, neste mesmo mês. De qualquer modo, o calor interfere na produtividade das vacas, com diminuição de 5,4% de novembro para dezembro de 2022 e de 8,8% de dezembro de 2022 para janeiro de 2023 na região.

O gerente regional da Emater/RS-Ascar, José Vanderlei Waschburger, destaca o trabalho continuado que é realizado para que as orientações técnicas cheguem a um maior número de produtores e, assim, sejam adotadas estratégias para os desafios que surgem nas diferentes estações do ano. A Emater/RS-Ascar utiliza na região metodologias como implantação de 35 Unidades de Referência Técnica (URT’s), organização de produtores em grupos temáticos, realização de dias de campos, palestras, cursos, visitas e participação em feiras. Também é facilitado o acesso a políticas públicas de crédito, de agregação de valor e acesso a tecnologias.

Orientações para o conforto térmico dos animais

O calor intenso e contínuo pode influenciar na queda da produção, perda de peso, baixa imunidade, problemas reprodutivos, surgimento de doenças infecciosas e parasitárias, enfim, diversas perdas em bem-estar, em sanidade e também econômicas. Diante disso, é importante adotar medidas que proporcionem maior conforto térmico aos animais.

Em relação ao manejo de vacas leiteiras, recomenda-se melhorias no sombreamento, com opções como o sistema silvipastoril, que congrega a combinação intencional de pastagens, árvores e gado. Nos casos em que não há este tipo de sistema, deve-se manter os animais próximos a abrigos, como matas e bosques, ou até mesmo fazer uso de sombrites.

Lunardi destaca que entre os sintomas de estresse calórico no rebanho estão a diminuição na produção de leite de 10 a 30%; frequência respiratória acima de 80 movimentos por minuto, com presença de baba, em 70% dos animais do lote; temperatura retal maior que 39,2ºC em 70% dos animais do lote ou acima de 39ºC por mais de 16 horas seguidas; redução de pelo menos 10 a 15% na ingestão de alimentos; e aumento do consumo de água.

A água limpa e de qualidade deve ser estar sempre disponível nos piquetes, em bebedouros dispostos na sombra. No verão, a quantidade de água necessária aumenta em 50%, sendo que cada vaca em lactação necessita em média 120 litros de água por dia.

Nas propriedades em que há o sistema de pastoreio rotativo, pode-se otimizar os pastoreios à noite e nos horários mais amenos do dia. Da mesma forma, a ordenha deve ocorrer nos períodos do dia com temperaturas mais amenas. Entre as alternativas que podem ser adotadas para o maior conforto no momento da ordenha está o uso de aspersores e de ventiladores nos galpões, os quais devem ser usados de forma associada.

Nesta época de calor, pode-se adicionar na dieta dos animais alimentos com alto teor de óleo ou gordura, sem ultrapassar 7% da dieta total. Também é recomendado aumentar a porcentagem de minerais na ingestão de matéria seca total, uma vez que o calor provoca perda excessiva de minerais através do suor e saliva, é necessário fazer a sua reposição. Ainda é necessária atenção ao fornecimento de potássio, sódio, selênio, magnésio e vitaminas do complexo B. Busque orientações da assistência técnica em relação às quantidades.

Outro ponto que merece atenção é o parcelamento dos alimentos ao longo do dia, reduzindo a quantidade por refeição, para evitar o aquecimento e a deterioração do alimento. É interessante que se disponibilize maior quantidade de alimento durante as horas mais frescas do dia.

Estratégias como melhoria genética, com animais mais apropriados para o clima e adoção de tecnologias como irrigação, também devem ser buscadas para minimizar os impactos sobre a produção agropecuária.

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