Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) autorizou nesta terça-feira (2) a empresa aérea argentina Flybondi a iniciar suas operações regulares internacionais no Brasil. Com isso, a empresa low cost poderá fazer o registro das rotas e poderá iniciar a venda das passagens no País. A Flybondi planeja iniciar em outubro as operações no Brasil com três voos por semana do Rio de Janeiro a Buenos Aires. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
Hoje, a marca tem cinco aviões e viaja a 16 destinos, todos na Argentina. A autorização operacional obtida é a última etapa para que uma empresa estrangeira inicie voos regulares no País, segundo a agência.
A companhia será a terceita do segmento de baixo custo a voar no Brasil. As duas primeiras a obterem as licenças foram a chilena Sky Airline e a europeia Norwegian.
Disputa
O anúncio da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) da abertura de uma consulta sobre como será a redistribuição dos slots (autorizações de pousos e decolagens) da Avianca em Congonhas intensificou a disputa entre as companhias por horários no aeroporto.
A decisão abre a possibilidade para a flexibilização, nesse aeródromo, da regra atual para a distribuição dos slots. As autorizações são alvos de disputa entre Gol, Latam, Azul e novas companhias aéreas devido à alta rentabilidade da ponte aérea São Paulo-Rio de Janeiro.
Pela norma vigente, 50% das autorizações devem ser distribuídas entre as atuais competidoras, e os outros 50%, para empresas que ainda não operam no mercado. Com isso, Gol e Latam, as duas maiores marcas do setor, receberiam mais autorizações.
Em nota sobre a consulta, a Anac afirma que Congonhas tem “nível crítico de concentração e altíssima saturação de infraestrutura”. Nos outros três aeroportos em que a Avianca operava (Guarulhos, Santos Dumont e Recife), os slots foram redistribuídos de acordo com a regra atual.
O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e o Ministério Público Federal já haviam recomendado a flexibilização do conceito de novo entrante e a mudança do percentual de slots da Avianca a serem distribuídos para as aéreas remanescentes para evitar concentração de mercado.
Esses órgãos querem que a Anac adote providências para que a repartição dos horários da Avianca seja feita “lançando mão da interpretação mais favorável à livre concorrência”.
A Abear, associação das empresas aéreas que não tem a participação da Azul, é contra mudanças da regra.
“Alterar uma regulação em apenas um aeródromo por questões conjunturais pode ameaçar a participação de novas entrantes que já manifestaram publicamente o seu interesse em operar em Congonhas, como a
Passaredo e a Twoflex, (…) Sideral, (…) além de companhias estrangeiras”, diz.
Gol e Latam afirmaram que que aguardam a realização do leilão da Avianca e que, caso ele não ocorra, que a Anac siga as regras atuais de redistribuição de slots.
A agência, porém, também suspendeu a concessão da Avianca Brasil. A empresa já havia perdido, em maio, seu certificado de homologação. As decisões inviabilizam o pregão de slots.
Para a Azul, a decisão da Anac é “louvável”. Em nota, diz que “a atual regra precisa ser aperfeiçoada para não causar maior concentração de mercado na ponte aérea, (…) que hoje só é operada por duas empresas”.
As três concorrentes protagonizaram uma disputa pelos slots da Avianca em Congonhas desde a recuperação judicial da empresa. Fizeram propostas para comprar seus ativos, mas um vaivém na Justiça e nas ofertas de aquisição atrasou o processo.
“A medida da Anac dá a impressão de que o leilão não vai acontecer. Poderá haver uma mudança na regra em Congonhas, que pode ser feita por resolução”, diz Fabio Falkenburger, sócio do escritório Machado Meyer.