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Evento discutiu sistemas de irrigação

4 de novembro de 2020

O 6º Webinar Técnico do Pró-Milho/RS discutiu nesta quarta-feira (4/11) o tema “Potencialidades dos sistemas de irrigação para o milho”. Realizado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) e pela Emater/RS-Ascar, o evento foi transmitido ao vivo nos perfis do Programa Rio Grande Rural da Emater no Facebook e no Youtube.

O diretor das Câmaras Setoriais e Temáticas da Seapdr, Paulo Lipp, e o presidente da Emater/RS-Ascar, Geraldo Sandri, deram as boas-vindas aos cerca de 150 participantes. O Programa Estadual de Produção e Qualidade do Milho (Pró-Milho/RS) foi apresentado pelo assessor técnico da Câmara Setorial do Milho, Valdomiro Haas.

Lipp destacou a importância da irrigação para o milho no Estado. A questão climática é um dos entraves para o aumento da produtividade da cultura. “Hoje temos em torno de 150 mil hectares de milho irrigados. Mas, como a área plantada é de 790 mil hectares, precisaríamos aumentar em 100 mil hectares a área do milho irrigado”, sugeriu.

Sandri afirmou que a Emater é um braço importante para levar até a ponta a política pública da Seapdr para que os projetos andem bem e rápido em ações conjuntas com diversas entidades parceiras. “O Pró-Milho é um programa que trabalha a cadeia produtiva completa com apoio de cerca de 23 parceiros, entre entidades, federações, cooperativas e instituições financeiras, cada um atuando em um elo da cadeia do milho. E essa união, parceria e trabalho conjunto é que trazem um resultado importante”, afirmou.

O engenheiro agrônomo José Enoir Daniel, especialista em irrigação e ex-extensionista da Emater/RS-Ascar, contou que a irrigação é um combate à seca, por isso é preciso reservar água para esses períodos. “Ela é responsável por um forte incremento na produtividade do milho, e o investimento se paga em poucos anos”, explicou. De acordo com um estudo da Emater/RS-Ascar, pela média dos últimos nove anos, a lavoura sem irrigação tem uma produtividade média de 95,4 sacas/ha e em áreas irrigadas pode chegar a 200 sacas/ha.

A implantação de um sistema de irrigação não é barata, mas o investimento potencializa a capacidade de produção e praticamente dobra a produtividade. “É uma resposta muito positiva que se paga em poucos anos e pode durar de 15 a 30 anos, conforme o sistema escolhido”, avaliou Daniel, que destacou ainda a importância da adequação do solo, para que ele possa absorver a precipitação da água da chuva e a irrigação. “Não adianta toda a tecnologia se não prepararmos adequadamente o solo para uma maior capacidade de armazenar água”, ressaltou

O presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (Fecoagro), Paulo Pires, tratou da irrigação como agente transformador. “O protagonismo é dos produtores e de entidades privadas, mas o setor público tem que ser parceiro, senão a coisa não anda”, disse.

Ele mostrou a transformação que ocorreu na região das Missões, especificamente em São Luiz Gonzaga, com a irrigação das áreas plantadas. Em 2013, a área irrigada era de 4 mil hectares, agora em 2020 é de 10 mil hectares. Pires disse que 80% da produção de milho no município é irrigada, segundo o IBGE. “São mais de 100 mil toneladas produzidas”, afirmou. Ele destacou que a área de milho irrigada no Estado é de 10,07%, enquanto que em São Luiz Gonzaga é de 24,5%.

O gerente regional de Produção Agrícola da Souza Cruz, Paulo Cezar Favero, falou sobre a fertirrigação, que é uma técnica de adubação que utiliza a água de irrigação para levar nutrientes ao solo cultivado. Essa aplicação é feita por meio de um sistema mais conveniente à cultura, podendo ser utilizadas técnicas como micro-irrigação e aspersão, entre outras menos adotadas.

Favero afirmou que é requisito básico a preocupação com a existência de água na propriedade, como açudes. “Ter essa água é sinônimo de poder explorar muito mais o potencial produtivo da propriedade”, garantiu. O investimento em fertirrigação é responsável por um incremento de 10%, 12% até 15% na produtividade medida, “dando uma segurança de que a tecnologia é viável e traz um retorno importante”.

É importante garantir a documentação legal para a outorga da água a fim de que o processo transcorra de forma responsável para obtenção de uma boa safra, de boa qualidade de muda e de uma boa semente. “É um conjunto de pré-requisitos que entendemos como fundamentais”, observou Favero. Ele ainda citou a alternativa conservacionista do camalhão, que proporciona maior retenção de água no solo e diminui a erosão e ataques de pragas e doenças. “É uma garantia de que a terra ficará melhor preparada e com melhores condições para as próximas gerações, porque a degradação do solo é muito menor”.

O coordenador regional da Fronteira Oeste do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Cleiton José Ramão, abordou a irrigação por sulco. Ele fez um panorama da importância da irrigação, baseado em dados de produtividade obtida com milho irrigado e não irrigado em áreas arrozeiras. E mostrou como se dá a implantação e a condução da irrigação por sulco em solos cultivados com arroz.

Conforme Ramão, a média das últimas três safras de milho no Estado foi de 6 toneladas por hectare. “Nós, produtores da metade Sul do Rio Grande do Sul, já chegamos a produzir 9 toneladas por hectare. E em unidades experimentais do Irga, já conseguimos chegar a 14 toneladas por hectare. A irrigação no milho é muito importante. A cultura tem sua produtividade aumentada nas áreas onde existe arroz também”, afirmou.

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