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Lideranças criminosas são transferidas para a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas

13 de abril de 2022

Forças de segurança pública do Estado deflagraram, na manhã desta quarta-feira (13/4), uma operação integrada para transferência de 10 líderes de facção para a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc). A ação é uma resposta aos homicídios que vêm ocorrendo em decorrência do conflito entre grupos criminosos em Porto Alegre. Essas lideranças são apontadas como responsáveis pelo comando desses crimes.

Os apenados foram removidos de três unidades prisionais: Cadeia Pública de Porto Alegre (CPPA), Penitenciária Estadual de Porto Alegre (Pepoa) e Penitenciária Modulada Estadual de Charqueadas (PMEC). O objetivo é bloquear o contato deles com criminosos na rua.

Na CPPA, a Brigada Militar (BM) realizou revista em três pavilhões, extraindo as lideranças que foram removidas para a Pasc pelo Grupo de Ações Especiais da Susepe (Gaes). Na Pepoa, a ação contou com a participação do Grupo de Intervenção Regional da Susepe da 10ª Região (GIR-10) e, na PMEC, agentes operacionais da Susepe de toda a região participaram.

A operação é fruto de investigação da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), da Polícia Civil e da Brigada Militar, numa ação de inteligência articulada em conjunto pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) e pela Secretaria de Justiça e Sistemas Penal e Socioeducativo (SJSPS).

Ação de inteligência

O titular da SJSPS, Mauro Hauschild, ressaltou que uma estratégia bem elaborada pelas secretarias, com suas vinculadas e suas estruturas de inteligência, resultou em êxito na movimentação dessas pessoas privadas de liberdade que são apontadas como as principais lideranças que contribuíam para o aumento da violência na Capital.

“Acreditamos que esse esforço, a partir das ações integradas do programa RS Seguro, sob coordenação do governador Ranolfo Vieira Júnior, é um passo importante para o retorno da paz e da tranquilidade na sociedade porto-alegrense e gaúcha”, disse Hauschild.

O secretário da Segurança Pública, Vanius Cesar Santarosa, enfatizou que essa é mais uma ação conjunta que reafirma o compromisso das forças de segurança com as premissas do RS Seguro, de agir com integração e inteligência a partir dos avanços proporcionados pelo investimento qualificado feito nos últimos anos.

“Seguiremos firmes e unidos no combate à criminalidade, em especial os homicídios, adotando todas as medidas possíveis para coibir a ação dessas organizações criminosas. Esse trabalho conjunto com a Secretaria de Justiça e Sistemas Penal e Socioeducativo é fundamental para aprimorarmos cada vez mais o rigor contra aqueles que queiram desafiar o sistema de justiça criminal”, destacou Santarosa.

O superintendente da Susepe, José Giovani Rodrigues de Souza, também pontuou a atuação conjunta das áreas de inteligência. “Essas ações de transferência são parte das medidas que vêm sendo adotadas conjuntamente com todas as forças de segurança pública, com a finalidade de frear as ondas pontuais de violência e estabilizar o sistema penitenciário. O grande número de servidores envolvidos e o complexo planejamento da ação são mais uma grande demonstração de força do governo do Estado sob os pilares do programa RS Seguro”, afirmou Souza.

O subcomandante-geral da BM, coronel Douglas da Rosa Soares, reforçou a importância da articulação e do trabalho conjunto entre as instituições de segurança pública do Estado para a operação. “Buscamos, sobretudo, a retomada da redução dos crimes violentos intencionais e o arrefecimento do conflito entre esses grupos criminosos”, relatou. Soares lembrou que essa ação se soma ao impacto do reforço de policiamento nas regiões onde estavam acontecendo os conflitos, que recebeu o incremento de mais de cem policiais militares, além de patrulhamento pelos Batalhões de Polícia de Choque, Batalhão de Aviação (Bav-BM) e Batalhão de Operações Especiais (Bope).

A diretora do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil, delegada Vanessa Pitrez, afirmou que a operação de transferência de presos e de isolamento dessas lideranças desmobiliza as organizações criminosas e tende a diminuir as ocorrências de homicídios.

“É importante salientar que esta é uma das estratégias das forças de segurança para conter esses homicídios. Estamos trabalhando com uma estratégia tripla, uma equação de ações que visam a trazer uma resposta imediata a curto prazo para esses crimes. Essa tripla equação leva em conta a saturação de área nos territórios conflagrados, a investigação policial qualificada, com alto número de prisões, e a intervenção prisional, com as transferências pontuais dessas lideranças que tenham poder de mando nessas organizações”, explicou a delegada.

Na madrugada de segunda-feira (11/4), outra operação integrada cumpriu 21 ordens judiciais (nove mandados de busca e apreensão e 12 de prisão preventiva) contra suspeitos de envolvimento nos homicídios registrados em março na zona sul da capital. Ao longo das investigações desencadeadas desde a segunda quinzena do mês, já foram identificadas 52 pessoas com envolvimento nesses atentados, resultando num total de 32 prisões.

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