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Sem “choques adicionais” na economia brasileira, o Banco Central vê cenário “confortável” para a inflação

8 de agosto de 2018

O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central), colegiado responsável por fixar os juros básicos da economia brasileira, informou nesta terça-feira (07), por meio da ata da sua última reunião – quando a taxa Selic ficou estável em 6,5% ao ano –, que, na ausência de “choques adicionais” sobre a economia, o cenário inflacionário deve revelar-se “confortável”.

Os membros do Copom concordaram que a inflação em junho, que somou 1,26% (a maior taxa para o mês desde 1995), refletiu “efeitos altistas significativos” da paralisação no setor de transportes e outros ajustes de preços relativos. Acrescentaram, porém, que projeções de inflação para julho e agosto corroboram a visão de que os “efeitos desses choques devem ser temporários”.

Com a manutenção dos juros básicos em 6,5% ao ano na semana passada, a terceira consecutiva, a taxa Selic continuou no menor nível da série histórica do Banco Central, que teve início em 1986.

Como as decisões são tomadas

A definição da taxa de juros pelo BC tem como foco o cumprimento da meta de inflação, fixada todos os anos pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). Para 2018, a meta central de inflação é de 4,5% (com teto de 6,5%) e, para 2019, é de 4,25% (com teto de 5,75%). Quando as estimativas para a inflação estão em linha com as metas, o BC reduz os juros; quando estão acima da trajetória esperada, a taxa Selic é elevada.

Nessa última reunião e nas próximas deste ano, o BC começa a focar as suas definições sobre a taxa de juros com base no cenário de inflação projetado para o ano de 2019, pois as decisões sobre a taxa Selic demoram cerca de seis meses para terem impacto pleno na economia e nos preços.

Expectativa 

A expectativa dos analistas do mercado, coletada semanalmente por meio de pesquisa do BC com mais de cem instituições financeiras, é de que os juros devem permanecer em 6,5% ao ano até o fim de 2018 e depois subir para 8% ao ano até o fechamento do ano que vem. Ou seja, a expectativa é de alta dos juros em 2019.

Na ata do Copom, divulgada nesta terça-feira, consta que a inflação deve ficar em 4,2% neste ano e em 3,8% em 2019, considerando o aumento da taxa básica de juros para 8% ao ano até o fim de 2019 e também a taxa de câmbio esperada pelo mercado (R$ 3,70 por dólar no fim de 2018 e de 2019).

Porém, o BC também informou que, se a taxa de câmbio ficar constante em R$ 3,75 por dólar e os juros permanecerem no atual patamar de 6,5% ao ano, as suas previsões oficiais de inflação para este ano e para o próximo estão em 4,2% e 4,1%.

Desse modo, o BC indica que, sem alterações no cenário básico projetado para a economia, não seria necessário subir os juros básicos da economia no próximo ano para atingir a meta central de inflação de 4,25% fixada para o ano de 2019.

Riscos inflacionários

O BC aponta, porém, que há riscos inflacionários que podem alterar as atuais perspectivas de inflação. Segundo a instituição, uma frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira “pode afetar prêmios de risco e elevar a trajetória da inflação no horizonte relevante para a política monetária [definição dos juros]”.

“Esse risco se intensifica no caso de deterioração do cenário externo para economias emergentes. O comitê julga que esses últimos riscos permanecem em níveis mais elevados”, acrescentou o Copom por meio da ata de sua última reunião.

Fonte: Agência Brasil

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