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A partir de agora, os candidatos que pretendem disputar as eleições em outubro terão que detalhar os bens ao Tribunal Superior Eleitoral

20 de agosto de 2018

Todos os 27.813 candidatos que pretendem disputar as eleições em outubro terão que detalhar a partir desta segunda-feira (20) a declaração de bens feita ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

A medida entra em vigor dez dias depois de o então presidente da Corte, ministro Luiz Fux, recuar de uma alteração que havia sido feita no sistema de registro de candidaturas que diminuía a transparência em relação aos bens de todos os políticos.

Fux havia se comprometido com a alteração do sistema depois que o jornal Folha de S. Paulo revelou que o tribunal promoveu mudanças no sistema. Nas disputas anteriores, os políticos tinham que listar seus bens de forma detalhada, com tipo, descrição e valor.

Ao declarar a posse de um apartamento, por exemplo, normalmente eram descritos o endereço, tamanho e outras características. Nesta eleição, foi informado à população apenas que o candidato tem um apartamento e o seu valor, sem indicação de endereço, cidade, estado ou tamanho.

No dia 9 de agosto, o TSE havia informado que faria a alteração e que os partidos cujos candidatos já declararam bens à Justiça Eleitoral seriam intimados para complementar as informações prestadas.

Mas, até o dia 15 de agosto, todos os candidatos declararam seus bens sem poder informar detalhes. “As informações patrimoniais incluídas serão automaticamente exibidas no DivulgaCandContas, sistema utilizado pelo TSE para a divulgação das candidaturas e das prestações de contas dos candidatos e dos partidos políticos em todo o Brasil”, informou o tribunal em nota.

Regra

Os partidos cujos candidatos já declararam bens à Justiça Eleitoral serão intimados para complementar as informações prestadas. De acordo com o tribunal, decidiu-se no ano passado reduzir o volume de dados constantes do registro de candidaturas “para dar mais agilidade ao fluxo de informações no sistema”.

“Na avaliação do ministro, embora pudesse contribuir para dar celeridade ao processo, a medida restringiu a necessária transparência e o controle social sobre as informações prestadas”, informou o comunicado.

Presidente do TSE na época em que as resoluções com as diretrizes para esta eleição foram aprovadas, o ministro do Supremo Gilmar Mendes disse não recordar da alteração no sistema que reduz a transparência sobre os bens do candidato.

Gilmar lembrou que Fux foi o relator das novas regras e afirmou que elas foram aprovadas apenas informalmente enquanto ele era o responsável pela corte. “Quem foi relator foi o Fux. Tem que olhar tecnicamente o que houve. Não me parece que isso tenha sido discutido”, afirmou Gilmar.  De acordo com o Mendes, as resoluções foram aprovadas informalmente e, quando aperfeiçoadas, ele já não era o presidente do tribunal.

Fonte: O Sul

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