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Brasil deve criar em 2018 menos da metade dos empregos previstos

30 de julho de 2018

Com a frustração das expectativas para a economia e o desemprego ainda elevado, a desaceleração do ritmo de contratações tem levado economistas a revisarem para baixo o número de vagas com carteira assinada previstas para este ano.

A estimativa inicial era de até 1 milhão de novos postos de trabalho em 2018. Nas novas projeções de cinco consultorias ouvidas pelo G1, o número foi cortado para menos da metade, e agora está na faixa entre 350 mil e 452 mil.

Com as sucessivas revisões para baixo do resultado do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018 e após os números decepecionantes de maio e junho, os economistas passaram a prever uma quantidade menor de vagas criadas no mercado formal. Veja no gráfico abaixo:

Projeções para a criação de vagas de emprego em em 2018 (Foto: Infografia: Igor Estrella/G1)Projeções para a criação de vagas de emprego em em 2018 (Foto: Infografia: Igor Estrella/G1)

A maior redução foi da Tendências Consultoria, que mudou sua projeção inicial de 1 milhão de vagas formais para a estimativa atual de 350 mil – 65% a menos.

O economista Thiago Xavier explica que a mudança das expectativas para o mercado de trabalho segue a piora das projeções para a economia como um todo – que mudaram depois do desempenho mais fraco que o esperado no começo do ano, além do cenário externo mais conturbado e das incertezas envolvendo as eleições presidenciais.

O próprio governo federal reduziu recentemente sua previsão de crescimento do PIB neste ano de 2,5% para 1,6%. Até maio, estava em 2,97%.

Em junho, a economia brasileira fechou 661 vagas formais, segundo números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. Foi o primeiro resultado negativo para um mês de 2018. Mas a criação de vagas já vinha desacelerando. Em maio, foram criadas 37.889 vagas, uma redução na comparação com as 124.911 em abril.

“O dado do Caged de junho foi bastante decepcionante, e reflete de certa forma a perda de confiança dos empresários na economia”, diz Luiz Fernando Castelli, da GO Associados.

Saldo parcial de 392 mil vagas no ano

No acumulado do 1º semestre, o Brasil gerou 392.461 empregos com carteira assinada, a maioria (71%) deles no setor de serviços. Por outro lado, o comércio perdeu 94.839 vagas nesse mesmo período.

Em todo o ano de 2017, a economia brasileira fechou 20.832 postos de trabalho formais. Foi o terceiro ano seguido em que houve mais demissões do que contratações no país. Entre 2015 e 2017, o país fechou um total de 2,88 milhões de vagas de emprego, a maior parte delas na construção civil e na indústria.

Para os próximos meses, a expectativa é que a geração de vagas continue fraca, mas não necessariamente estagnada ou no negativo.

Os economistas lembram que os meses de agosto e setembro geralmente registram bons números, em função da contratação para as festas de fim de ano. “A projeção contempla retomada da criação de vagas nos próximos meses e um resultado negativo em dezembro, típico do mês”, explica Castelli.

A taxa de desempego no Brasil ficou em 12,7% no trimestre encerrado em maio, atingindo 13,2 milhões de brasileiros. Apesar do leve recuo nos últimos meses, tem se mantido acima dos índices registrados no ano passado.

Em meio à fraqueza da economia e incertezas sobre o futuro, as vagas temporárias vêm ganhando a preferência de muitos empregadores. Dados da Associação Brasileira de Trabalho Temporário e da Caixa Econômica Federal mostram que o número de contratações temporárias nos três primeiros meses do ano subiu mais de 17% na comparação com o mesmo período do ano passado.

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