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“Deixa o cara governar, pô!”, diz vice-presidente sobre possibilidade de impeachment

17 de janeiro de 2021

O vice-presidente Hamilton Mourão disse, em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, que não vê como prosperar qualquer pedido de impeachment, informou a publicação neste domingo (17). Ele defendeu o presidente Jair Bolsonaro: “Deixa o cara governar, pô!”. A fala aconteceu antes do panelaço de sexta-feira (15).

“Não vejo hoje que haja condição de prosperar qualquer pedido de impeachment contra o presidente Bolsonaro”, afirmou Mourão. “Aqui no Brasil qualquer coisa é impeachment, né? Deixa o cara governar, pô!”, seguiu o vice-presidente.

Mourão avaliou que mesmo com o colapso do sistema de saúde em Manaus e o atraso na vacinação, a condução da crise “talvez” tenha pecado por falta de comunicação. E também criticou o governador de São Paulo, João Doria, que, para ele, acabou “metendo os pés pelas mãos” no caso da Coronavac.

Veja alguns trechos da entrevista:

Questionado sobre como enfrentar a tragédia de Manaus, onde pacientes estão morrendo sem oxigênio, o vice-presidente disse que “todo mundo dá pitaco sobre a Amazônia sem nunca ter pisado lá”.

“Existem distâncias envolvidas enormes e uma desconexão com a área central do Brasil. Você só chega a Manaus de barco ou avião. Aí quando se fala em asfaltar a BR-319, porque é a única ligação terrestre de Manaus com o resto do País, (dizem) ‘Oh, céus, será a destruição da floresta’. Mas esquecem os milhões de pessoas que moram lá. Não tem UTI no interior do Amazonas”, afirmou Mourão.

A publicação pergunta se, uma vez que o vice-presidente teve Covid, se após ter tido a doença, em algum momento considerou que o governo possa ter errado na condução da pandemia. Ele culpou a comunicação.

“O governo procurou trabalhar nas três grandes curvas: da saúde, da economia e a social. Fomos muito criticados, mas o tratamento precoce impede que a pessoa adquira sintomas mais graves e vá para o hospital, independentemente de discutir se é o remédio A, B ou C. Talvez (pudesse ter tido) uma comunicação mais eficiente”, afirmou.

“Todo mundo diz que tal lugar começou a vacinar. Mas quantos se vacinaram nesses locais? O único país que realmente está em uma fase final de vacinação é Israel. Mas qual é a população de Israel? Menor que a da capital de São Paulo”, disse o vice-presidente.

Mourão também falou do governador de São Paulo, João Doria. Segundo o vice-presidente, ele “meteu os pés pelas mãos” e caso da eficácia da vacina Coronavac “não revela boa gesatão”.

“O governador João Doria tem feito fortes críticas ao presidente e há uma corrida para ver quem vacina primeiro. O combate à pandemia virou propaganda para a eleição de 2022? O governador Doria virou garoto-propaganda da vacina e acabou metendo os pés pelas mãos. Apareceu na TV para dizer que a vacina tinha um valor ‘x’ de eficácia, quando não era verdade. Em nenhum momento ele compareceu para se retratar. Isso não revela boa gestão”, refletiu.

A reportagem diz que há mais de 50 pedidos de impeachment contra Bolsonaro na Câmara e questiona se Mourão não teme que, diante dessa crise, ele sofra o mesmo processo que Donald Trump enfrenta nos Estados Unidos.

Mourão diz então que não vê condição de prosperar qualquer pedido de impeachment contra o presidente Bolsonaro.

“O mais atacado, ao longo dos últimos anos. Desde o dia anterior à posse o tiroteio já era grande em cima dele. Quantos pedidos de impeachment o Sarney, o Fernando Henrique, o Lula tiveram? Só a Dilma, coitada, é que não conseguiu sobreviver. E o Collor, obviamente. Aqui no Brasil qualquer coisa é impeachment, né? Deixa o cara governar, pô! Os pesos e contrapesos do nosso sistema democrático são mais do que suficientes para barrar qualquer tentativa de um governante de sair do leito da Constituição”, disse o vice-presidente.

Apesar de defender o presidente, a reportagem pergunta sobre a relação de altos e baixos entre Mourão e Bolsonaro, que teria dito que não quer mais o atual vice na chapa se disputar a reeleição. O vice apenas disse que “em nenhum momento” Bolsonaro abordou com ele o tema.

Fonte: O Sul

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