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Ex-presidente Dilma Rousseff lidera os gastos entre os candidatos ao Senado

12 de setembro de 2018

Focada em “denunciar o golpe” – como ela chama seu impeachment –, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) tem a campanha mais cara entre os candidatos ao Senado no País até o momento. A petista, que disputa uma vaga por Minas Gerais, gastou R$ 3,06 milhões. O levantamento com dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) foi feito na segunda-feira (10) e inclui os 357 candidatos ao Senado.

O valor supera até mesmo despesas de campanhas de presidenciáveis como Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT) e Jair Bolsonaro (PSL). Dilma foi afastada em 2016, mas não perdeu os direitos políticos e hoje lidera a disputa ao Senado em Minas. A petista tem 26% das intenções de voto, segundo o Datafolha. Apenas 0,5% do valor arrecadado por Dilma vem de fonte privada – no caso, financiamento coletivo. O PT é responsável por todo o resto.

A campanha de Dilma até agora representa mais da metade de todo o gasto em campanhas petistas ao Senado – R$ 5,6 milhões. Segundo a equipe da candidata, a soma deve crescer ainda e bater o teto de R$ 4,2 milhões, uma vez que a campanha serve como plataforma para ecoar ideias defendidas pelo partido, entre elas a de que o impeachment foi um golpe parlamentar.

“A eleição dela é prioridade para o PT porque foi vítima do golpe de Estado e tem a oportunidade de denunciar aos eleitores os desmandos do governo Temer”, disse a assessoria da candidata. As peças publicitárias da petista acusam o governo Michel Temer (MDB) de ser entreguista, elitista e machista.

Outra propaganda narrada pela própria Dilma critica a prisão de Lula, comparando-o com Nelson Mandela e Martin Luther King. No mesmo vídeo, com imagens da advogada Janaína Paschoal agitando uma bandeira do Brasil, Dilma não usa a palavra presidenta, como gostava de ser chamada. “Deixamos Lula ser preso e eu, uma presidente honesta, ser ilegalmente destituída”, diz a petista.

Além de investir em campanhas para TV, Dilma tem rodado Minas dando entrevistas e participando de eventos. A repercussão, algumas vezes, ultrapassa o Estado, graças a gafes da ex-presidente. Na segunda-feira, em Belo Horizonte, ela causou gargalhadas na plateia ao errar três vezes o nome da ex-BBB Mara Telles, candidata a deputada estadual pelo PCdoB.

Em outro caso, vazou um áudio de uma entrevista gravada com uma rádio, em que Dilma interrompe a gravação para pedir um papel com informações a um assessor chamado Valdeci. Deslizes à parte, Dilma mantém situação confortável na disputa. Ela está 15 pontos percentuais acima do segundo colocado, o jornalista Carlos Viana (PHS), com 11%. A segunda campanha ao Senado mais cara do Brasil é de um concorrente direto de Dilma: Rodrigo Pacheco, do DEM. Ele gastou até agora R$ 2,72 milhões.

No topo da lista de campanhas mais caras ao Senado, Dilma tem a companhia de vários políticos ligados a Temer. Entre eles, o líder do governo na Câmara, André Moura, do PSC de Sergipe, e o ex-ministro da Educação, Mendonça Filho, do DEM de Pernambuco.

Para presidente, a campanha mais cara até aqui é a de Henrique Meirelles (MDB), com R$ 39,2 milhões em gastos. Depois, vêm a do PT, com R$ 19,7 milhões, e a de Geraldo Alckmin (PSDB), com R$ 9,3 milhões. Em primeiro na corrida presidencial, Jair Bolsonaro (PSL) gastou R$ 825,6 mil. Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT) também têm gastos mais modestos: R$ 1,8 milhão e R$ 1,4 milhão, respectivamente.

Fonte: O Sul

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