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Jair Bolsonaro, Ciro Gomes e Marina Silva, somados, já foram filiados a nada menos que 15 partidos

23 de julho de 2018

Eles já foram de direita, de esquerda, democratas cristãos, verdes, socialistas e algo mais. Ao contrário de eleições anteriores, lideradas na maior parte do tempo por políticos de PT e PSDB, neste ano os três candidatos que aparecem nas primeiras colocações nas pesquisas eleitorais, nos cenários sem o ex-presidente Lula, têm um histórico de mudanças de partidos. Juntos, Jair Bolsonaro (PSL), Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT) passaram por 15 siglas diferentes.

Ciro Gomes esteve em sete legendas, em uma transição que acentua sua mudança de perfil ideológico: começou no PDS, identificado com a direita, e passou pelo PPS, antigo Partido Comunista Brasileiro. Foi do PMDB, ajudou a fundar o PSDB e esteve também no PSB e no nanico PROS.

“A partir do PPS são transições em busca de espaço para ele e seu grupo. É muito pragmático”, disse ao jornal O Globo o cientista político Cláudio Couto, da FGV (Fundação Getulio Vargas).

Embora sempre à direita, Bolsonaro foi outro que não parou quieto. Esteve em seis grupos diferentes. Neste ano, trocou o PSC pelo PSL para ser candidato.

Fundadora do PT, Marina Silva mudou menos: passou por PV e PSB antes de estruturar a Rede.
“No caso dela, fica claro que existe uma vontade de romper com o jeito tradicional de fazer política”, declarou.

Pesquisa Ipespe

Na semana em que viu o isolamento de sua candidatura crescer com o naufrágio de potenciais alianças, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) manteve a liderança na corrida presidencial nos cenários que desconsideram a candidatura do ex-presidente Lula, condenado em segunda instância a 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Segundo pesquisa realizada pelo Ipespe (Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas) entre 16 e 18 de julho, a nona por encomenda da XP Investimentos, o parlamentar tem entre 20% e 23% das intenções de voto nas simulações de primeiro turno feitas.

Dos quatro cenários testados, Bolsonaro manteve pontuação da semana anterior em três. Na simulação que considera o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad candidato pelo PT, o deputado oscilou 1 ponto percentual para baixo, movimento dentro da margem de erro, de 3,2 p.p. para cima ou para baixo. O deputado conta com vantagem de pelo menos 8 pontos em relação ao adversário que aparece logo atrás nas simulações.

A ex-senadora Marina Silva (Rede) pontua entre 8% e 12%, ao passo que o desempenho do ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) varia de 7% a 10%. O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) segue patinando entre 7% e 9% das intenções de voto, o que reforça a importância do arco de alianças em construção.

O grupo de brancos, nulos e indecisos, por sua vez, manteve patamar elevado, entre 19%, com a improvável candidatura de Lula, e 36%, sem nenhuma candidatura petista, o que hoje também não figura entre os principais cenários considerados pelos analistas políticos.

Na pesquisa espontânea, quando nomes de candidatos não são apresentados aos eleitores, o grupo dos “não voto” soma 61%. Tal desempenho reforça o grau de indefinição desta eleição a menos de três meses do primeiro turno.

Uma semana antes, o levantamento XP/Ipespe mostrou que, na última eleição presidencial, a maior parte dos eleitores decidiram voto depois do início do período de campanhas no rádio e na televisão. As expectativas são de que o comportamento se repita neste pleito, o que tende a indicar maiores flutuações nos próximos meses.

Com os resultados dos cenários estimulados, se a eleição fosse hoje, não seria possível cravar quem seria o adversário de Bolsonaro em eventual disputa de segundo turno (apesar do bom desempenho, o militar da reserva está longe de ser presença garantida da disputa final).

No cenário mais indefinido e que possivelmente melhor projeta a largada da corrida presidencial, quatro candidatos aparecem tecnicamente empatados: Marina Silva, Ciro Gomes, Geraldo Alckmin e Fernando Haddad (PT), mediante apoio de Lula.

O ex-prefeito de São Paulo salta do patamar de 2% das intenções de voto para 13% com a simples inclusão da informação de que seria o nome apoiado por Lula, em um exercício que testa o poder de transferência de votos do ex-presidente. O desempenho mostra uma oscilação de 1 ponto percentual para cima em relação à semana anterior.

Outras oscilações apresentadas também estão dentro da margem de erro quando comparadas aos resultados das últimas quatro semanas.

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