Um novo estudo, publicado na revista eLife, feito por pesquisadores da Universidade de Göttingen e da Escola de Medicina de Hannover, na Alemanha, avaliou os efeitos microscópicos do coronavírus no coração.
Os cientistas avaliaram o tecido muscular cardíaco de pacientes que morreram por complicações do SARS-CoV-2. Para isso, eles utilizaram um microscópio da Universidade de Göttingen.
Como resultado, as imagens de raio-X geradas pelo aparelho revelaram que a doença causada pelo coronavírus teve impacto profundo no tecido cardíaco, em especial nos capilares – os menores vasos sanguíneos do corpo.
Marius Reichardt, da Universidade de Göttingen e principal autor do artigo, disse em comunicado que os parâmetros obtidos a partir disso mostraram uma qualidade completamente diferente em relação ao tecido saudável, ou mesmo a doenças como influenza grave ou miocardite comum.
Em pessoas saudáveis, o tecido é mais inteiro. Já nas pessoas que tiveram Covid-19, o microscópio identificou diversas marcas como rachaduras, ramificações e nós causados pela formação de novos vasos capilares.
A formação de novos vasos sanguíneos chama-se angiogênese – que acontece a partir de vasos pré-existentes, ou como um processo fisiológico, ou por conta de doenças.
No caso de pacientes de Covid-19, trata-se de uma angiogênese intussusceptiva, ou angiogênese da rachadura.
Os cientistas acreditam que o mesmo pode acontecer nos pulmões e acabar sendo uma das consequências do coronavírus.
Outra observação feita no estudo, é que as alterações no tecido cardíaco de pacientes que morreram por SARS-CoV-2 não são parecidos com doenças que afetam o coração – como a gripe grave e miocardite comum.