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Odebrecht está proibida de participar de obras públicas no México por três anos

29 de abril de 2019

O governo do México determinou que a Odebrecht e uma subsidiária mexicana da construtora brasileira estão impedidas de participar de licitações para obras públicas no país por três anos, informou a Secretaria da Função Pública (SFP).

O impedimento estabelece que a empreiteira não poderá negociar com instituições da administração pública mexicana, empresas do estado, governos estaduais e nem com a Procuradoria-Geral, de acordo com o comunicado da SFP.

A Odebrecht está no centro de um gigantesco escândalo de corrupção que atingiu vários níveis de poder e da política na América Latina e que levou para a prisão ex-presidentes e altos funcionários em países como Peru, Colômbia e Brasil.

No México, apenas Emilio Lozoya, ex-diretor da estatal Pemex, foi interrogado pela Justiça após ser acusado de receber mais de 10 milhões de dólares da construtora, quando trabalhava como um dos chefes da campanha do ex-presidente Enrique Peña Nieto (2012-2018).

Investigações

Em fevereiro, o procurador Alejandro Gertz afirmou que reiniciaria a investigação sobre a Odebrecht, após mais de um ano de interrupção.

A Secretaria da Função Pública destacou que a decisão sobre a subsidiária mexicana Odebrecht Ingeniería y Construcción Internacional se deu porque a empresa apresentou informação falsa na alteração de um contrato.

Já a Construtora Norberto Odebrecht foi multada por superfaturamento em obras para a Pemex Refinaria, uma das unidades de negócios de Pemex.

O governo mexicano já havia proibido no ano passado que entidades governamentais fizessem negócios com a empresa brasileira por um período de dois anos e meio, após aplicar multas de mais de 50 milhões de dólares por supostos atos de corrupção.

Em outubro, a Odebrecht se ofereceu a pagar 18 milhões de dólares para voltar a fazer contratos com o governo mexicano e seus organismos, mas a proposta foi recusada.

Rota do dinheiro no Peru

Subornos milionários para presidentes, financiamento de campanhas para muitos candidatos e propinas para juízes que analisavam disputas contratuais: a Odebrecht não deu espaço para o azar para garantir bons negócios no Peru.

Fruto de um acordo de colaboração, ex-diretores da construtora prestaram depoimentos nesta semana em Curitiba perante procuradores peruanos, para quem revelaram “as rotas do dinheiro” que a Odebrecht distribuiu durante anos no Peru entre figuras de poder, de presidentes a prefeitos, para obter contratos de infraestrutura.

“Apesar de nós, peruanos, sempre desconfiarmos, agora temos a certeza, sabemos bem, inclusive os montantes, as cifras, e estamos todos revoltados, espantados com o que está acontecendo”, declarou à AFP Fiorela Ramírez Granda, de 40 anos, graduada em Filosofia.

As pesquisas respaldam suas palavras, pois 87% dos peruanos estão insatisfeitos com todos os partidos políticos e 90% acreditam que a corrupção é alta ou muito alta no país.

As revelações do ex-homem forte da Odebrecht no Peru, Jorge Barata, atingem quatro ex-presidentes, entre eles Alan García, que na semana passada cometeu suicídio com um tiro na cabeça logo após receber uma ordem de prisão preventiva.

Fonte: O Sul

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