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Preso desde outubro de 2016, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha defende o direito de Lula ser candidato à Presidência da República

17 de agosto de 2018

Preso desde outubro de 2016, o ex-presidente da Câmara dos deputados Eduardo Cunha voltou a se manifestar nesta sexta-feira (17) para “reforçar posições, justificar sua situação e se posicionar no cenário eleitoral”. Em um texto, ele defende o direito de Lula ser candidato à Presidência, busca votos para a filha, Danielle Cunha, candidata à deputada federal pelo MDB, e critica a Operação Lava-Jato.

Na “carta à nação brasileira”, divulgada pela equipe de Cunha, o deputado cassado se diz vítima de uma perseguição por ter sido o responsável pelo impeachment de Dilma Rousseff. “Sou, assim como o ex-presidente Lula, um troféu político da República de Curitiba”, afirmou.

Apesar de se colocar como “o maior adversário do PT e o principal responsável por sua queda”, ele diz que “Lula tem direito de ser candidato, pois quem deve julgá-lo é a população”. “Lula deve ser cobrado e responder por sua irresponsabilidade de ter imposto ao País um poste sem luz, chamado Dilma Rousseff, que destruiu a economia e a política. O petista não deve ser eleito pelo custo que impôs ao povo com sua desastrada escolha, mas jamais impedido de disputar”, disse.

O deputado cassado defende Henrique Meirelles, presidenciável do MDB, e faz críticas a um Congresso que será eleito “no pior dos modelos políticos, com voto individual, financiamento público e sem qualquer compromisso com a governabilidade”.

Cunha destacou que a sigla elegerá a maior bancada na Câmara e no Senado, lançando o nome da filha mais velha, destacando-a como evangélica, empreendedora e capacitada. “Ela é muito mais preparada do que eu. Os meus adversários podem aguardar que ela dará mais trabalho do que eu dei e defenderá tudo o que eu defendi, do interesse da nação e do povo evangélico, como o combate ao aborto, além das suas próprias propostas que debaterá na campanha”.

Lava-Jato

Somadas, as penas do político chegam a quase 40 anos. Ele foi condenado duas vezes, com uma das sentenças confirmada em segunda instância. Na primeira condenação, Cunha foi acusado de receber propina de US$ 1,5 milhão em um negócio da Petrobras em Benin, na África. Foi sentenciado a 15 anos e quatro meses de prisão pelo juiz Sérgio Moro, em março de 2017, mas teve a pena reduzida para 14 anos e seis meses em novembro do mesmo ano pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região).

Outra condenação veio em junho, pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara de Brasília, que o considerou culpado pelos crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e violação de sigilo funcional por por desvios na Caixa Econômica Federal. Nesse processo, Cunha foi condenado a 24 anos e dez meses de prisão.

Em sua defesa, o ex-deputado diz ter sido condenado sem provas, com base na palavra de um delator. “Existem outros casos semelhantes ao meu e querem transformar a prisão provisória em prisão perpétua”, citando a absolvição da senadora Gleisi Hoffmann.

Ele também cita a revogação da prisão de Henrique Eduardo Alves, preso em junho de 2016 por suspeita de envolvimento em desvios nas obras da Arena das Dunas, em Natal (RN). Alves teve a prisão revogada em julho, assim como Cunha no mesmo caso, porém ele não foi solto por responder a outros processos.

Cunha critica também a decisão do ministro Edson Fachin de enviar um processo com base na delação da JBS/Friboi para a primeira instância de Brasília e o ministro Rogério Schietti, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), por não pautar seus pedidos de habeas corpus, mas libertar o empresário Joesley Batista.

Fonte: O Sul

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