Levantamento divulgado pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) revela um número assustador e revoltante. Segundo o sindicato já são 12 mortes por execução ocorridas dentro de hospitais gaúchos desde 2014 – sendo 10 no interior das instituições e dois em frente. Venâncio Aires faz parte desta estatística: Miriam Roselene Gabe, de 33 anos, foi executada com três tiros em março de 2015, em frente ao Hospital São Sebastião Mártir.
No Rio Grande do Sul, apenas em 2018, foram duas as execuções registradas em hospitais. Uma no dia 9 em São Leopoldo e a outra foi em março no Hospital Cristo Redentor, em Porto Alegre. No caso mais recente foi morto Gabriel Vilas Boas Minossi, de 19 anos, com 20 tiros na ala cirúrgica do Hospital Centenário, em São Leopoldo, no Vale do Sinos. O jovem foi morto por engano. O alvo da ação era um homem que deixou o sistema penitenciário em 17 de outubro e que também estava internado no local.
O maior número foi em 2016, com quatro mortes, todas em Porto Alegre. Já no Centenário, houve a execução de um paciente a tiros em 13 de junho de 2014. Além desses dois assassinatos, outros 13 casos de violência foram registrados no ano em unidades de saúde, quatro envolvendo criminosos. Contudo desde 2014, 98 ocorrências de violência foram registradas em áreas de atendimento de saúde, segundo o Simers.
Detectores
O sindicato exige que a área de Segurança Pública junto à Prefeituras e direções dos hospitais busquem, em conjunto, medidas que assegurem as condições de trabalho e atendimento. O Simers defende desde uso de detectores de metais até câmeras de vídeo para inibir estas ações.
Em nota, o sindicato afirma que há mais de 10 anos este tema passou a fazer parte da pauta do Simers. Um grupo de trabalho para buscar medidas foi criado pelo Estado após sugestão do Sindicato. ‘É preciso manter estas ações permanentemente, para evitar que novas mortes ocorram’, afirma a presidente em exercício do Simers, Maria Rita de Assis Brasil.
Outra medida, mas ventilada pelo governo do estado, seria a exigência de botão antipânico junto às casas de saúde do Rio Grande do Sul e interligado à Brigada Militar. Contudo, para isso acontecer, a medida precisaria virar lei.