A dois dias da convenção do MDB, a nível nacional, o presidente Michel Temer, que é presidente licenciado do partido, lançou uma carta de apoio à candidatura do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles nas eleições 2018, fazendo um alerta aos correligionários. “Não precisamos de salvadores da pátria, inventores da roda. Precisamos de alguém experiente que saiba o que fazer. E o Meirelles sabe. Já provou isso”, disse Temer, na mensagem que mandou para os emedebistas via WhatsApp.
Temer já confirmou presença na convenção do partido nesta quinta-feira (02), quando pretende discursar também a favor de Meirelles e da candidatura própria. Temer tem direito a dois votos e considera sua presença importante na convenção.
Temer já confirmou presença na convenção do partido nesta quinta-feira, quando pretende discursar também a favor de Meirelles e da candidatura própria. Temer tem direito a dois votos e considera sua presença importante na convenção, já que não pretende deixar de ter influência no processo sucessório, apesar de os candidatos evitarem citá-lo, como aconteceu neste sábado, quando o empresário Paulo Skaf foi lançado candidato ao governo do Estado de São Paulo.
Em sua fala, Temer adverte aos candidatos do partido que a presença de Meirelles na disputa presidencial será importante para a eleição deles mesmos em seus Estados. “No momento em que se aproximam as convenções partidárias, nós chamamos o Meirelles. Fizemos isso porque é importante ter um candidato a presidente da República. Será importante para nossos candidatos a deputado estadual e federal, para senador e governador, ver o 15 do nosso MDB na disputa nacional. E quem vai representar o 15 é o candidato Henrique Meirelles. Chamar o Meirelles é reconhecer o trabalho de um profissional que teve sucesso na iniciativa privada, dirigiu um dos maiores bancos internacionais do mundo”, afirma o presidente.
Apesar das criticas de setores do MDB, liderados pelo senador Renan Calheiros (AL), o governo está convencido de que Meirelles não terá problemas para ter seu nome chancelado na convenção de quinta-feira e que conseguirá obter 450 dos 629 votos dos delegados. Meirelles hoje tem apenas 1% das pesquisas de intenção de votos.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o presidente do MDB, Romero Jucá (RR), disse que a campanha de Meirelles ao Palácio do Planalto vai olhar para o futuro, e não pelo retrovisor. Às vésperas da convenção que oficializará a candidatura de Meirelles nas eleições 2018, em 2 de agosto, a cúpula do MDB e o governo decidiram adotar nova estratégia. A ordem, agora, é descolar o ex-ministro da Fazenda da impopularidade do presidente Michel Temer, na tentativa de fazer com que ele saia do 1% de intenção de voto.
“Vamos mostrar que Meirelles não é o resultado do governo Temer. Quem inventou o Meirelles na área econômica não foi o Temer. Foi o Lula”, afirmou Jucá, líder do governo no Senado, ao lembrar que o ex-ministro comandou o Banco Central na gestão do petista. Meirelles é definido pelo senador como ” um outsider na política, um radical de centro”.